Resenha de Livro, Sobre Livros

J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis – O Dom da Amizade de Colin Duriez

by Eduardo Stark

Certamente J.R.R. Tolkien é um autor admirado por milhões de pessoas em todo o mundo. Seus livros são lidos e relidos com bastante atenção nos quatro cantos do globo e por mais de três gerações. Mas e se Tolkien fosse amigo de outro escritor quase igualmente também amado em todo o mundo?

Diz o ditado que “um raio não cai no mesmo lugar”, mas no caso de Oxford ele parece ter caído mais de uma vez. Isso por que Tolkien era amigo de outro escritor de fantasia muito admirado: C. S. Lewis, conhecido pelos mais próximos pela alcunha de “Jack” autor de Crônicas de Nárnia.

O fato de Lewis e Tolkien serem amigos é um fato por si só intrigante. Como dois dos maiores escritores do século XX foram tão próximos? Quais as influências eles beberam? Como era o seu convívio? Quais eram as conversas que eles tinham? Como podemos imaginar dois gênios literários em uma mesma sala falando sobre Dragões, Hobbits, elfos e aventuras?

Foi com o propósito de nos dar um pouco da sensação e imaginarmos como era a amizade desses grandes escritores, que Colin Duriez reuniu diversas informações em seu livro “J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis – O Dom da Amizade”.

Esse livro é basicamente uma visão geral da vida dos dois escritores, ressaltando como foram suas interações. Nele é possível encontrar detalhes que não foram ressaltados em outras biografias e serve como complemento de informações sobre a vida dos escritores. Para escrever o livro, o autor Duriez reuniu todo o material biográfico disponível sobre Tolkien e Lewis, e acrescentou novos dados com base em entrevistas e documentos descobertos.

Uma nova edição pela HarperCollins Brasil

O livro foi originalmente publicado em 2003 com o título “Tolkien and C.S. Lewis: the Gift of Friendship”. No Brasil foi publicado pela primeira vez em 2006 pela editora Nova Fronteira, com tradução de Ronald Kyrmse.

Recentemente (2017/2018) a editora HarperCollins Brasil adquiriu os direitos autorais de todas as obras de J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis, e também alguns livros que eram parte do catálogo da editora Nova Fronteira. Com isso, o livro de Colin Duriez foi republicado em uma nova versão em capa dura.

O livro “J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis – O Dom da Amizade” de Colin Duriez inaugura a grande biblioteca tolkieniana que será promovida pela editora HarperCollins Brasil. Tendo adquirido os direitos autorais para publicar as obras de J.R.R. Tolkien, a nova editora está iniciando um processo novo de tratamento das obras de fantasia do grande autor.

A pequena sinopse oficial do livro publicado pela editora HarperCollins Brasil é a seguinte:

“A VERDADE POR TRÁS DA FANTASIA
Venerados por leitores do mundo inteiro, os dois maiores escritores de fantasia do século XX, J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis, venderam juntos mais de 250 milhões de exemplares de suas sagas O Senhor dos Anéis e As crônicas de Nárnia. Porém, poucas pessoas sabem que Tolkien e Lewis, muito diferentes tanto no temperamento quanto no estilo de escrita, tiveram, ao longo de quase 40 anos, uma relação conturbada, marcada por afinidades, ressentimentos e influências mútuas. Sem o encorajamento de Lewis, Tolkien jamais teria escrito O Senhor dos Anéis; por outro lado, toda a ficção de Lewis é profundamente marcada pelas ideias de Tolkien. Em O dom da amizade, o professor e jornalista inglês Colin Duriez conta a verdadeira história dessa relação de amor e ódio.”

O conteúdo do livro

O livro contém doze capítulos e ao final há dois apêndices, que trazem uma cronologia dos acontecimentos e um texto sobre a popularidade duradoura dos escritores. O objetivo é relatar sobre a vida de Tolkien e C.S. Lewis, apresentar os pontos chaves e comuns entre os autores, relacionar suas vidas e obras e dar uma visão ampla para o leitor que pretende começar a entender melhor.

Como se trata de um livro contendo a história da vida de dois escritores, há uma tendência a resumir os pontos principais de suas vidas particulares para dar mais ênfase nos períodos em que eles já estavam adultos e mais próximos. Evidentemente, que para se ter uma noção específica da vida de cada autor é necessário uma biografia própria.

O índice do livro é o seguinte:

Prefácio
1. Os anos de formação (1892-1925)
2. Encontros de mentes e imaginações: “Tolkien e eu falávamos de dragões…” (1926-1929).
3. Um mundo em forma de História: “Mythopoeia” (1929-1931)
4. Os anos 1930: O contexto da ortodoxia imaginativa
5. Surgem os Inklings: amizade compartilhada? (1933-1939)
6. Duas viagens para lá e de volta outra vez: O regresso do peregrino e O hobbit (1930-1937)
7. Espaço, tempo e o “novo hobbit” (1936-1939)
8. A 2ª Guerra Mundial e depois: Charles Williams chega a Oxford (1939-1949)
9. O guarda-roupa de um professor e anéis mágicos (1949-1954)
10. Surpreendido por Cambridge e desapontado pela alegria (1954-1963)
11. Adeus à Terra das Sombras (1963-1973)
12. O dom da amizade: “Quem pode merecer isso?”
Apêndice A: Uma breve cronologia de J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis
Apêndice B: A duradoura popularidade de J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis.

Simplesmente analisando o índice é possível verificar que está escrito em ordem cronológica, colocando os acontecimentos enfileirados de acordo com o decorrer dos anos dos dois autores, como é recorrente em biografias.

A forma de escrita de Duriez, com a tradução de Ronald Kyrmse, é de uma objetividade autêntica e interessante para aqueles que querem colher as informações sem grandes digressões.

No livro será possível aprender mais sobre como os dois escritores desenvolviam suas histórias e até mesmo os temas de debates em comum e um pouco sobre as razões de sua separação.

 

A tradução ficou boa?

O livro é do tipo informativo, ou seja, não é uma obra literária onde os sentidos do autor são relevantes para compreender melhor a obra no aspecto artístico. Assim, por ser um livro que contém informações sobre as vidas dos escritores isso se torna mais relevante do que eventuais análises da tradução. Se as informações se mantiveram fiéis ao original já é o suficiente para ser um ponto positivo.

Deve-se deixar claro que a tradução da versão da HarperCollins é a mesma feita pela primeira versão da Nova Fronteira, com o mesmo tradutor, o Ronald Kyrmse. De modo que não é possível uma análise comparativa de traduções anterior e posterior. O que se poderia fazer é comparar o original em inglês com a versão traduzida, mas não seria relevante, como dito, em se tratando de um livro informativo. No livro, as poucas partes que tem algum aspecto literário foram traduzidas a contento e não prejudicam o entendimento do leitor de forma geral.

Ler O Dom da Amizade ou ler as biografias individuais de cada escritor?

A amizade de Tolkien e Lewis foi duradoura e permitiu que os dois colhessem muitas coisas importantes em suas vidas. Ao ler qualquer biografia dos escritores certamente haverá um capitulo ou uma boa referência a amizade que durou quase quarenta anos. O livro de Colin Duriez apresenta uma forma ampliada nesse ponto específico. De modo que, ao conhecer mais sobre C.S. Lewis o leitor também poderá conhecer mais sobre J.R.R. Tolkien e vice-versa.

Como exemplos desse vínculo vemos o fato de vários livros de C.S. Lewis serem dedicados a Tolkien (Cartas de Um diabo a Seu aprendiz) ou que fazem referências a ele (A trilogia cósmica, Os Quatro Amores, Surpreendido pela Alegria etc). Do mesmo modo, Tolkien dizia que O Senhor dos Anéis foi publicado graças ao incentivo moral de C.S. Lewis, sem o qual o livro não seria terminado. Além disso, Lewis foi responsável por incentivar os livros do Tolkien com suas resenhas em jornais da época.

Se você é um leitor fã de Tolkien certamente esse livro é a melhor forma de ser introduzido nos escritos de C.S. Lewis. E o contrário também pode ser dito. O leitor de Lewis pode conhecer mais sobre Tolkien. Dessa forma, o livro serve como uma porta para um dos autores que você talvez ainda não conheça.

Escolha: a edição da HarperCollins Brasil ou da Nova Fronteira?

Certamente a escolha será de cada leitor, o que se segue são sugestões a respeito.

A versão da Nova Fronteira foi publicada em 2006 em formato paperback, com folhas brancas e formato menor. Só isso para muitas pessoas seria o suficiente para evitar a versão mais antiga, pois a edição da HarperCollins Brasil está em um estilo mais agradável a leitura.

Assim, a diferença fundamental entre a edição da Nova Fronteira e a da HarperCollins Brasil está no tratamento editorial. A versão nova está em capa dura com tecido vermelho, com folhas em bom material e uma nova diagramação mais atraente para a leitura.

As edições da Nova Fronteira estão esgotadas, mas são facilmente encontrados em livrarias especializadas em livros usados, os sebos. De modo que podem até ser encontradas por preços substancialmente baixos. Porém, o mesmo livro pela HarperCollins Brasil tem um preço interessante e pode até mesmo estar vinculada em promoções pelas livrarias e sites de vendas online.

É interessante adquirir a edição da HarperCollins Brasil também pelo fato de que essa editora é que está responsável por publicar as obras do Tolkien e essa é a forma do leitor incentivar o crescimento das próprias publicações do Tolkien. Tornando a editora mais fortalecida com o resultado do empreendimento crescerá o interesse em publicar mais obras do Tolkien e isso será crescente.

Além disso, a editora traz um formato que seja compatível com os outros livros do Tolkien e relacionados, de modo que em uma biblioteca pessoal a edição será mais atraente fisicamente nas estantes.

Aspectos críticos e finalidade da obra

Não há propriamente pontos negativos da obra em si, mas sim que o leitor deve estar atento às finalidades que o livro se propõe.

Primeiramente não é um livro de autoria do Tolkien. Então, se o leitor está procurando colecionar livros desse escritor tem que estar atento ao fato que O Dom da Amizade é um livro complementar de segundo grau. No sentido de que não se encontra entre os livros básicos (primeiro grau) para o leitor tolkieniano. Em se tratando de biografias que são consideradas fontes básicas os livros escritos por Humphrey Carpenter ocupam essa posição: A Biografia do Tolkien e o livro “Os Inklings”. A biografia autorizada do Tolkien pode ser adquirida também pela HarperCollins Brasil (veja AQUI)

Além do fato de não ser uma obra de fonte primária, o livro de Duriez apresenta aspectos gerais da vida dos dois autores, isso implica em ter que resumir o conteúdo para que o livro não ficasse muito longo. Dessa forma, o livro não se aprofunda substancialmente na vida dos autores. Então se caso o leitor procura aprofundamento sobre a vida do Tolkien deverá, como dito acima, procurar as obras do Humphrey Carpenter e especialmente os livros da Christina Scull e Wayne Hammond.

Por outro lado, a obra fornece novos elementos que o Colin Duriez coletou no processo de escrita do livro e isso torna a obra interessante como uma ampliação de certas noções sobre a vida dos dois grandes autores. É uma tarefa complicada analisar a amizade de duas pessoas que faleceram há várias décadas e ter apenas a disposição fontes fragmentadas ou mesmo imprecisas. Dessa forma, o livro organiza as ideias e proporciona ao leitor um pouco de como hipoteticamente poderiam ter sido alguns momentos entre o Lewis e o Tolkien.

Para adquirir um exemplar basta acessar o link AQUI.

Resenha de Livro

O Silmarillion por Natallie Alcantara

 

A blogueira Natallie Alcantara, de Belém-PA, mais uma vez contribui com uma resenha de um dos principais livros do professor Tolkien para publicação em nosso site.  Dessa vez contamos com o terceiro livro da trilogia do Anel. Agrademos ao bom trabalho dessa jovem escritora e recomendamos o blog dela: http://meucantinholiterario.blogspot.com.br

 

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           O Silmarillion (The Silmarillion)

 

Ainulindalë (A Música dos Ainur)

            Ilúvatar criou os Ainur a partir de seu pensamento e lhes propõe três temas musicais para desenvolverem. À medida que os Ainur vão desenvolvendo sua música, vão conhecendo a si próprios e aos demais. Durante a Criação, um dos Ainur, Melkor, decide desenvolver seu próprio tema, entrando em dissonância com a sinfonia geral; Ilúvatar mostra então aos ainur que seu canto plasmou Ëa e Arda.

            Valaquenta (O Relato dos Valar)

            Aos Ainur, Ilúvatar estabelece que aqueles que desejassem assumir uma forma corpórea assim poderiam fazer, e poderiam habitar Arda e desenvolvê-la. Os que assim fizeram ficaram conhecidos como os Valar, e são Melkor, Manwë, Ulmo, Aulë, Námo, Irmo, Tulkas, Oromë, Varda, Yavanna, Vairë, Estë, Nienna, Nessa e Vana. Esse período inicial do mundo é conhecido como a Primavera de Arda, quando o mundo começava a se desenvolver e os Valar viviam em Almaren.

            A Primeira Guerra entre os Valar e Melkor ocorre, pois Melkor, irmão de Manwë na Criação e um dos mais poderosos, era movido pela inveja e tinha como objetivo principal destruir os belos feitos de seus pares, criando suas próprias criaturas. Melkor destrói as duas luminárias da Terra-média, Illuin ao norte e Ormal ao sul, mergulhando-a na escuridão.

            Os Valar partem para Aman, no Extremo Ocidente, e passam a viver em Valinor. De lá, eles preparam a Terra-média para os Filhos de Ilúvatar, os Primogênitos e os Sucessores. Aulë, no entanto, impaciente para ver a terra povoada, cria os anões sem a permissão de Ilúvatar. Ao descobri-los e não encontrando neles malícia, Ilúvatar os deixa viver, mas os mergulha em um sono do qual só acordariam após o nascimento dos Primogênitos.

            Os Primogênitos ou Elfos nascem em Cuiviénen, no tempo da Escuridão da Terra-média, época que o domínio de Melkor prevalecia, desde sua fortaleza em Utumno, no norte da Terra-média. Desencadeia-se a Segunda Guerra dos Valar contra Melkor, na qual os Valar saem vitoriosos. Sua fortaleza é destruída e Melkor é levado cativo para Valinor, onde é condenado a ficar preso por três Eras dos Valar.

            Quenta Silmarillion (A História das Silmarils)

            Oromë traz os elfos para Valinor, mas nem todos aceitam partir: estes são os Avari. Os Vanyar e Noldor e parte dos Teleri atravessam o Grande Mar, mas o restante destes permanece em Beleriand. Elu Thingol, rei dos teleri, se casa com a Maia Melian e se estabelece em Doriath. Ingwë, rei dos vanyar, reina junto a Manwë, enquanto o rei noldor Finwë se estabelece em Tirion e o rei teleri Olwë, em Alqualondë.

            Finwë se casa com Miriel e eles têm um filho, Fëanor. Miriel não sobrevive muito tempo após o seu nascimento, e Finwë se casa novamente. De sua união a Indis, nascem Fingolfin e Finarfin. O cativeiro de Melkor chega ao fim e ele é perdoado pelos Valar, com a condição de permanecer em Valinor.  Melkor, mais invejoso do que antes, arquiteta uma vingança, aproximando-se dos noldor.

            Fëanor cresce e se torna o mais habilidoso lapidador de jóias. Ele lapida as silmarils, colocando nas gemas as luzes preciosas das Árvores de Valinor, Telperion e Laurelin. Fëanor passa a cobiçar mais do que tudo as gemas e suas intrigas levam Fëanor a ameaçar seu irmão Fingolfin. Julgado pelos Valar, ele é condenado ao degredo em Formenos.

            Quando as maquinações de Melkor são descobertas, ele se une a Ungoliant, uma aranha gigante, e destrói as Duas Árvores. Yavanna propõe que se salve o que restou das luzes, agora presas nas silmarils, mas Fëanor se opõe. Nesse ínterim, Melkor mata Finwë e rouba as pedras. Louco de pesar, Fëanor jura perseguir qualquer valar, elfo ou homem que detivesse as silmarils.

            Esse juramento faz com que caia sobre ele e seus filhos a maldição de Mandos. Ele convoca os noldor para fora de Aman e é seguido pelos seus meio-irmãos. Em busca de barcos, Fëanor mata seus parentes teleri. Finarfin desiste da fuga quando percebe que o juramento feito por Fëanor começa a pesar sobre eles. Seus filhos continuam seguindo Fëanor, assim como Fingolfin.

            Enquanto isso, Lúthien Tinúviel, a única filha de Thingol e Melian, nasce no reino de Doriath. De Telperion nasce uma flor prateada, de Laurelin, um fruto de ouro. Os Valar colocam-nos em dois barcos, dirigidos por dois Maiar: o caçador Tilion conduz Isil (a Lua) e a donzela Arien conduz Anar (o Sol), e quando o Sol aparece pela primeira vez, os Sucessores  ou Homens nascem na Terra-média.

Já na Terra-média, Fëanor morre numa emboscada e Fingolfin se torna soberano dos noldor. Os elfos começam a se estabelecer seus reinos. Após 300 anos de sua chegada, Finrod encontra os Homens ou Sucessores. Existiram três Casas de Homens: a da casa de Bëor, o Velho, a de Marach e a de Haldad. Unidas aos noldor, fecha-se o cerco a Melkor.

            Nas florestas de Neldoreth, Beren, da casa de Bëor, vê Lúthien dançar e cantar e se apaixona por ela. Um dia, consegue alcançá-la e ela se apaixona por ele. Levados até Thingol, o rei promete a filha em casamento para Beren se ele conseguir recuperar uma das silmarils da coroa de ferro de Melkor. Beren realiza o feito, mas perece na jornada.

            Lúthien se desespera e ambos vão para as mansões de Mandos, onde recebem a chance de retornar ao mundo. Lúthien escolhe viver como mortal junto a Beren. Eles se estabelecem em Beleriand e tem um filho, Dior. Ele tenta estabelecer o reino de Doriath após a morte de Thingol, mas os filhos de Fëanor reivindicam a silmaril que Beren resgatou e matam Dior. Sua filha Elwing foge com a jóia.

            Enquanto isso, Tuor é encarregado pelo próprio Ulmo, de levar uma mensagem a Gondolin para salvar os noldor restantes. Ele se casa com Idril e dessa união nasce Eärendil. Mas Melkor finalmente alcança e destrói Gondolin. O rei Turgon morre, enquanto Tuor lidera o resto dos noldor por uma passagem secreta. Mais tarde, Elwing, filha de Dior, se casa com Eärendil.

            Em busca do perdão dos Valar, ele parte pelos mares do Ocidente. Quando Maedhros e Maeglor, os filhos de Fëanor restantes, capturam seus filhos Elros e Elrond em busca da pedra, Elwing se atira no mar com ela. Salva por Ulmo, ela acompanha Eärendil na forma de um cisne. Ambos intercedem junto aos Valar, que decidem marchar para a guerra definitiva. Destroem Melkor e recuperam as pedras.

            Sempre com o peso do juramento feito ao pai de recuperar as Silmarils, Maedhros e Maeglor se apoderam das jóias. Mas as pedras lhes ferem. Assim, eles encontram seu fim e as pedras passam a pertencer aos três elementos: uma no céu com Eärendil, uma na terra quando Maedhros se atira num abismo e outra no mar, atirada por Maglor.

            Akallabêth (A Queda de Númenor)

            Após a queda de Melkor, os Valar convocam os eldar para retornar ao Oeste. Aqueles que atenderam ao chamado foram morar na Ilha de Eressëa. Nessa ilha, está o porto de Avallónë, a cidade mais próxima de Valinor. Aos ancestrais das três casas fiéis dos homens, foi criada uma terra, nem parte da Terra-média, nem parte de Valinor. Essa terra foi chamada por eles de Númenor.

            Aos meio-elfos, os Valar deram poder de escolha entre ser eldar ou edain. Elrond opta pela imortalidade e Elros, pela mortalidade. Gil-Galad funda Lindon e os Portos Cinzentos, enquanto Círdan, Elrond e Celeborn e Galadriel se dirigem para o sudeste. Os descendentes das três Casas dos Homens se dirigem para Númenor e passam a constituir o povo dos Dúnedain, governados por Elros.

            Aos númenorianos, os Valar também impuseram, além da mortalidade, a proibição de navegar para as Terras Imortais. Sob o governo de Elros Tar-Myniatur, os númenorianos tornaram-se um povo poderoso, reinando em Armenelos. Na época do rei Tar-Minastir, os homens começaram a invejar a imortalidade dos elfos e a rebelar-se contra a Interdição dos Valar.

            Os reis começam a se apegar a vida mesmo depois do fim da alegria e da perda da inteligência e virilidade; sua soberba, ambição e o apego à vida crescem com o passar do tempo, ao mesmo tempo em que sua longevidade diminui. Sob o reinado de Tar-Ancalimon, o reino se dividiu, entre os Homens do Rei e os Elendili, os Fiéis amigos dos elfos. Nessa Era, Sauron volta a se erguer na Terra-média.

O desejo de grandeza de Ar-Pharazôn o leva a enfrentar Sauron. Mas este é ardiloso e se torna o principal conselheiro real. Ele consegue fazer com que o rei derrube a Árvore Branca, Nimloth, e também declare guerra aos Valar. Amandil, um dos Fiéis, se desespera e resolve repetir o feito de Eärendil, intercedendo junto aos Valar. Ele prepara o filho Elendil, despede-se e zarpa.

Elendil e seus seguidores embarcam com eles objetos de beleza e poder, mas não atendem ao chamado do rei. A frota real chega a Aman e reivindica a posse da terra. Manwë invoca Ilúvatar e os Valar renunciam a sua autoridade sobre Arda. Então Ilúvatar abre no mar um precipício entre Númenor e as Terras Imortais e a esquadra real é arrastada para o abismo.

            As tempestades trazem grandes ondas, que arrastam Númenor para as profundezas. Mas Elendil e seus filhos, fosse ou não devido ao sucesso de Amandil, foram poupados da destruição. O vento forte lançou suas embarcações em direção à Terra-média. Sauron, surpreso com a ira dos Valar, se esconde em Mordor. Os  sobreviventes fundaram reinos na Terra-média. E Númenor desaparece para sempre.

            Dos Anéis do Poder e da Terceira Era

            Após a derrota de Melkor, Sauron, perturbado com a ira dos Senhores do Oeste, repudiou todos os seus atos maléficos. Dono de uma língua ardilosa, seus conselhos começam a ser ouvidos. Nessa época são forjados os anéis de Poder, enquanto secretamente ele forja o Um Anel na Montanha da Perdição, o qual deveria governar todos os anéis élficos.

            Percebendo isso, os elfos conseguem salvar os três mais poderosos, Narya, Nenya e Vilya. Os anéis que consegue recuperar, Sauron distribui nove para os reis homens e sete para os anões. Elendil e seus filhos Isildur e Anárion fundam reinos em Arnor e Gondor. Dentre os tesouros salvos da destruição de Númenor estão as Sete Pedras, os Palantír, e a Árvore Branca, nascida de Nimloth

            Quando Elendil e Gil-Galad formam a Última Aliança, marchando para o leste com um imenso exército, o próprio Sauron se apresenta. A espada de Elendil, Narsil, quebra quando ele tomba, mas Sauron também é derrubado, pois com o toco da espada, Isildur arranca o Um Anel de sua mão, derrotando-o. Ele planta em Arnor a muda da Árvore, mas não destrói o Anel, o que lhe custa a própria vida.

            A linhagem dos reis é interrompida. O Anel desaparece do conhecimento de todos e Gondor acaba decaindo. Os nazgûl reaparecem, Minas Ithil em Arnor ficou deserta, Minas Anor em Gondor resistia e recebe o nome de Minas Tirith, onde a Árvore Branca ainda florescia, os regentes da Casa de Mardil assumem o governo do território, e os rohirrim passam a habitar a terra de Rohan.

Mas ainda existia beleza na Terra-média. Elrond mantinha Valfenda, Galadriel e Celeborn mantinham Lórien e nos Portos Cinzentos vivia um remanescente do povo de Gil-Galad. Mas as sombras começam a ser percebidas, deixando alerta Gandalf o Cinzento, que irá lutar ao lado dos inimigos de Sauron até sua destruição total e fará com que o último herdeiro de Isildur assuma o trono de Gondor.

 

 

 

 

 

 

 

 

Resenha de Livro

“O Retorno do Rei” por Natallie Alcantara

A blogueira Natallie Alcantara, de Belém-PA, mais uma vez contribui com uma resenha de um dos principais livros do professor Tolkien para publicação em nosso site.  Dessa vez contamos com o terceiro livro da trilogia do Anel. Agrademos ao bom trabalho dessa jovem escritora e recomendamos o blog dela:      http://meucantinholiterario.blogspot.com.br

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O Senhor dos Anéis (The Lord of the rings)        
O Retorno do Rei (The Return of the King)

            Depois de uma longa e rápida viagem, Gandalf e Pippin chegam à grande cidade de Minas Tirith e têm uma audiência com Denethor, o Senhor e Regente de Gondor e pai de Boromir e Faramir. Pippin conta sobre a jornada deles, e sobre Boromir, e faz um juramento de fidelidade a Gondor. Depois da audiência, Gandalf vai tratar de assuntos urgentes e Pippin sai para explorar a Cidade.

Merry agora é escudeiro de Rohan. Enquanto Théoden prepara seu exército, Aragorn, os Dúnedain, Legolas, Gimli, Elladan e Elrohir, filhos de Elrond, cavalgam em direção a Edoras e ao Templo da Colina. Na manhã seguinte o grupo adentra as Sendas dos Mortos: Aragorn, como herdeiro de Isildur, convoca-os para ajudá-lo na guerra, para que assim cumpram um antigo juramento.

            Enquanto isso, Théoden e seu exército cavalgam para o Templo da Colina, onde o exército está se reunindo. Ele recebe um mensageiro de Gondor pedindo ajuda e se prepara para partir. Ele ordena que Merry fique  em Edoras, onde Éowyn irá liderar o povo até sua volta, mas um jovem cavaleiro chamado Dernhelm diz em segredo a Merry que pode levá-lo em seu cavalo, e o hobbit aceita.

            Faramir retorna a Minas Tirith e relata ao pai seu encontro com Frodo, mas Denethor se mostra descontente com suas ações. Assim, o capitão se prepara para defender a cidade, mas é ferido por uma flecha envenenada. Julgando-o morto, Denethor abandona a esperança e a defesa da cidade. Ele pretende incinerar a si próprio e ao filho. Pippin corre em busca de Gandalf.

            Enquanto isso, os inimigos atacam o portão da cidade com um grande aríete e o destroem. O Senhor dos nazgûl entra na cidade e é confrontado apenas por Gandalf, quando os chifres de Rohan soam ao longe. O exército de Rohan cavalga em direção a Gondor, onde acontece a Batalha dos Campos de Pelennor. Théoden morre e Éowyn, disfarçada de Dernhelm, mata o senhor dos nazgûl.

            Os defensores remanescentes de Minas Tirith saem da cidade para ajudar os rohirrim; o Príncipe Imrahil encontra os homens que carregam Théoden e Éowyn e, percebendo-a ainda viva, chama os curadores. Quando a batalha parece perdida, uma frota dos navios de Umbar sobe o Anduin, e para a surpresa geral ela não traz inimigos, mas Aragorn e seus companheiros.

            Pippin e Gandalf impedem que Denethor incinere seu filho, mas não conseguem evitar que o regente se mate. O hobbit  também encontra Merry e o leva para as Casas de Cura, onde Gandalf escuta uma velha mencionar a lenda de que as mãos de um rei são as mãos de um curador. Ele procura por Aragorn, que decide não reivindicar sua realeza, mas cura os feridos com uma erva chamada athelas.

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Como um plano para ajudar Frodo a se aproximar da Montanha da Perdição, o Exército do Oeste marcha em direção aos portões de Mordor. Sauron cai na armadilha e direciona sua atenção a eles. Quando Sam e Frodo alcançam Orodruin,

Frodo já está esgotado e Sam precisa carregá-lo. Perto do topo, Gollum os ataca, mas Frodo escapa na direção das Sammath Naur.

Lá, Frodo finalmente cai sob o poder do Anel e se recusa a destruí-lo. No entanto, Gollum consegue recuperar o Anel, mas acaba caindo nas chamas: o Anel é destruído, assim como o espírito de Sauron. Ajudado pelo Senhor das Águias, Gwaihir, Gandalf resgata Frodo e Sam. Os dois hobbits despertam vários dias mais tarde e são grandemente honrados pelo exército do Oeste.

Enquanto isso, Éowyn e Faramir ainda estão nas Casas de Cura. Éowyn está infeliz por ter que passar seu tempo em inatividade, e deseja uma morte gloriosa em batalha. Ela também desejava o amor de Aragorn, mas recebeu dele apenas compaixão e compreensão. Ela conhece Faramir, as águias trazem notícias da vitória, e ele e Éowyn passam muito tempo juntos e se apaixonam.

Em Minas Tirith, Aragorn é coroado Rei Elessar. Ele declara que Faramir receberá Ithilien como principado, e que ele e seus herdeiros continuarão a ser Regentes. Uma muda da Árvore Branca é plantada no pátio do rei. Alguns dias depois, uma companhia de elfos chega do Norte, incluindo Galadriel, Elrond e Arwen. Elrond dá a Aragorn o Cetro de Annúminas, e Aragorn casa-se com Arwen.

            Arwen dá permissão a Frodo para ir aos Portos Cinzentos no lugar dela, pois por seu casamento com Aragorn ela escolhera se tornar mortal. Finalmente uma grande companhia parte de Minas Tirith, levando o corpo do Rei Théoden para Rohan. Depois do enterro, Éomer anuncia o casamento de Faramir e Éowyn. Após algumas viagens, cada um dos companheiros toma o caminho para seus lares.

No Condado, os hobbits têm que enfrentar um último inimigo: Saruman que se apossou do lugar. Mas o mago acaba morto pelas mãos de Grima Língua-de-cobra, e a paz volta à terra dos hobbits. Alguns anos depois, Frodo e Bilbo, por terem sido Portadores do Anel,  partem para os Portos Cinzentos. Junto a Galadriel, Elrond e Gandalf, eles tomam o barco para Valinor.

Resenha de Livro

“As Duas Torres” por Natallie Alcantara

A blogueira Natallie Alcantara, de Belém-PA, mais uma vez contribui com uma resenha de um dos principais livros do professor Tolkien para publicação em nosso site.  Dessa vez contamos com o segundo livro da trilogia do Anel. Agrademos ao bom trabalho dessa jovem escritora e recomendamos o blog dela:      http://meucantinholiterario.blogspot.com.br

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O Senhor dos Anéis (The Lord of the rings)           

As duas Torres

            Aragorn segue o rastro de Frodo até o topo do Amon Hen, de onde ouve o som da corneta de Boromir entre os gritos de orcs. Ele tenta ajudá-lo, mas Boromir já está agonizando, e em suas últimas palavras ele confessa seu ataque a Frodo e fala que os outros hobbits foram capturados. Após colocarem o corpo de Boromir em um barco para que siga rio abaixo, os três companheiros decidem sair à caça dos orcs e tentar salvar Merry e Pippin. A perseguição começa.

            No reino de Rohan, eles são informados por Éomer, sobrinho do rei Théoden, que ele e seus homens destruíram o mesmo grupo de orcs que Aragorn e seu grupo caçavam, sem encontrar nenhum hobbit. Éomer lhes dá cavalos e os três companheiros seguem em direção à floresta de Fangorn até o local da batalha. Naquela noite, um homem velho aparece e desaparece próximo ao seu acampamento e os cavalos fogem; eles suspeitam que possa ser o traidor Saruman.

            De volta aos hobbits, Pippin e Merry sofrem muito como cativos dos orcs. Eles escapam do ataque dos rohirrim aos orcs e se embrenham na floresta de Fangorn, onde conhecem Barbárvore, um ent. Os ents convocam um entebate e decidem se reunir para dar um fim as ameaças de Saruman. Eles atacam Isengard, onde está a Torre de Orthanc, habitação de Saruman. Os hobbits se unem a sua marcha.

Enquanto isso, Aragorn, Legolas e Gimli procuram o local da batalha, e encontram alguns pertences dos hobbits, o que confirma sua presença no local. Na procura contínua, alcançam a colina onde  Merry e Pippin tinham conhecido Barbárvore. Então eles encontram o velho que eles acreditavam ser Saruman, mas este revela ser Gandalf, que derrotou o balrog e voltou como Mago Branco.

            Gandalf lhes explica o que aconteceu com Merry e Pippin. O mago chama seu cavalo Scadufax, que vem acompanhado dos cavalos de Aragorn e Legolas e juntos rumam para Rohan, em cuja capital Edoras se encontra Meduseld, O Palácio Dourado. Nele vive o rei Théoden, cuja mente fora envenenada por Saruman através de um espião, o conselheiro Gríma Língua-de-cobra. Gandalf expulsa Grima, cura o rei de seus males, e o aconselha a enfrentar a ameaça de Saruman.

            Théoden convoca os homens para partir para a fortaleza do Abismo de Helm, onde preparam sua defesa. Os ataques intensos fazem com que os defensores se retirem para o Forte da Trombeta e para as cavernas do Abismo. No dia seguinte, o exército dos rohirrim sai da fortaleza e os orcs fogem, ao mesmo tempo em que Gandalf e o exército de Erkenbrand aparecem. Os orcs são cercados e empurrados para uma floresta que é, na verdade, um exército de huorns. Nenhum orc sai vivo.

            Finda a Batalha do Abismo de Helm, Théoden, Gandalf, Aragorn, Legolas e Gimli cavalgam até Isengard, onde encontram Merry e Pippin salvos, se fartando com as provisões da fortaleza do inimigo. Pela última vez, Saruman procura seduzir o grupo com sua voz persuasiva, mas Gandalf anula o feitiço e ainda o expulsa da ordem dos Istari. Ao mesmo tempo, Gríma atira uma pedra de vidro contra Gandalf.

Pippin, muito curioso, comete o erro de espiar no cristal, que na verdade é um palantír, e é tomado temporariamente pela mente de Sauron. No entanto, ele não revela nada, mas descobre uma parte dos planos do Senhor do Escuro: seu primeiro ataque será contra Minas Tirith, capital de Gondor. Gandalf propõe que os outros partam imediatamente, enquanto ele e Pippin cavalgam para Minas Tirith.

A ação se volta para Frodo e Sam, que estão atravessando as colinas das Emyn Muil. Eles encontram Gollum espreitando, mas a criatura é tão digna de pena que Frodo demonstra misericórdia, apesar de Sam não confiar nele. Frodo insiste, pois conhece o peso do Anel. Gollum reage com gentileza ao respeito demonstrado por Frodo e passa a guiá-los para Mordor.

            A criatura sugere que sigam para o sul na cidade fantasma de Minas Ithil até a passagem de Cirith Ungol. Eles são capturados pelos homens de Gondor, liderados por Faramir. Depois da luta contra os homens de Harad, ele leva os hobbits para um refúgio, onde Sam inadvertidamente revela o objetivo da missão. Diferente de seu irmão Boromir, Faramir revela grande força de caráter e os liberta para que possam cumprir sua tarefa.

            Os hobbits reiniciam sua jornada para Mordor, com Gollum como seu guia, e decidem atravessar as montanhas através de Cirith Ungol, local considerado maldito e perigoso. Este caminho os leva até uma escada talhada em um paredão de rocha, que termina em um túnel. O plano de Gollum é guiá-los através desse túnel e lá dentro entregá-los a Laracna, uma aranha gigantesca.

Eles encontram o animal e tentam escapar. No meio da luta, Gollum surge e ataca Sam, enquanto Laracna captura Frodo. Sam derrota a aranha, mas se desespera ao pensar que Frodo está morto. Ele decide assumir o fardo do anel e completar a missão de seu mestre e quando orcs se aproximam, descobre que o amigo só está paralisado. Ele assiste o grupo levar Frodo embora e não consegue atravessar os portões.

Resenha de Livro

“A Sociedade do Anel” por Natalllie Alcantara

A blogueira Natalllie Alcantara, de Belém-PA, mais uma vez contribui com uma resenha de um dos principais livros do professor Tolkien para publicação em nosso site.  Dessa vez contamos com o primeiro livro da trilogia do Anel. Agrademos ao bom trabalho dessa jovem escritora e recomendamos o blog dela:      http://meucantinholiterario.blogspot.com.br

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O Senhor dos Anéis (The Lord of the rings)

A Sociedade do Anel (The Fellowship of the Ring)

 

            Sessenta anos passaram desde que Bilbo Bolseiro tinha voltado de sua jornada. Ele é conhecido pela sua riqueza legendária e pelo fato de que a idade não parece afetá-lo. Ele anuncia uma grande festa em honra de seu 111º aniversário e do 33º aniversário do seu sobrinho Frodo, adotado como herdeiro e trazido para viver no Bolsão. Durante a festa, o hobbit coloca o anel mágico e desaparece, surpreendendo seus convidados. Gandalf o convence a deixar o anel com Frodo.

            Frodo recebe de Gandalf os bens e o Anel como herança. Mas o mago o adverte para nunca usá-lo. Gandalf parte, e visita Frodo poucas vezes nos anos seguintes. No seu 50° ano de vida, Gandalf novamente aparece e explica a história do anel, afirmando que este é o Um Anel, o maior dos Anéis de Poder forjado por Sauron, o Senhor do Escuro, afirmando que o Anel só poderia ser destruído em Orodruin, a Montanha da Perdição em Mordor.

            O Condado deixa de ser um lugar seguro para Frodo. Ele vende Bolsão e parte, acompanhado por seus amigos Sam Gamgi, Merry Brandebuque e Peregrin Tûk. Gandalf o deixou por algum tempo em busca de notícias e ainda não voltou, o que preocupa Frodo. No dia seguinte, os hobbits notam que estão sendo seguidos pelos misteriosos Cavaleiros Negros.

            Eles resolvem pegar um atalho que passa através da Floresta Velha, lar de árvores que se comunicam entre si. Dentro da Floresta, os hobbits são salvos de um salgueiro violento por um estranho ser que adora cantar: Tom Bombadil. Passando por outros perigos, os hobbits chegam a Bree, uma vila habitada por Homens e hobbits e lá aceitam a ajuda de um Guardião chamado Passolargo, amigo de Gandalf que na verdade se chama Aragorn, como guia até Valfenda.

Mas o grupo é emboscado no Topo do Vento, onde Frodo acaba apunhalado por um nazgûl, Espectro do Anel. Passolargo consegue repelir a ofensiva do Inimigo e foge com Frodo, que está gravemente ferido, e os outros hobbits. Quando estão prestes a serem novamente alcançados pelos Espectros do Anel, o senhor élfico Glorfindel encontra-os e leva-os em segurança até Valfenda. Os nazgûl tentam detê-los, mas são varridos pela inundação súbita no Vau de Bruinen.

 

           

              Em Valfenda, Frodo se recupera e vê muitas caras novas: Elrond, sua filha Arwen, e Glóin, um dos treze anões que acompanharam Bilbo e também o próprio Bilbo. Elrond reúne em conselho Gandalf, Frodo, Bilbo, Glóin, Glorfindel, Aragorn, elfos de Valfenda, Legolas, filho de Thranduil, o Rei dos elfos-silvestres e Boromir, filho de Denethor, o Regente de Gondor, com o objetivo de determinar o destino do Anel. A história do Anel é contada e Gandalf relata suas ações durante o verão, quando descobriu a traição do Mago Branco Saruman.

            O Conselho conclui que o Anel deveria ser destruído. Frodo diz que aceitaria essa tarefa e Elrond aprova sua decisão. O elfo escolhe os companheiros da Sociedade: além de Frodo, Sam, Gandalf, Aragorn, Legolas, Gimli, Boromir, Merry e Pippin. A Sociedade parte para o sul. Eles tentam cruzar as Montanhas Sombrias pela Passagem de Caradhras, mas uma tempestade e um ataque dos wargs os forçam a tomar o caminho por dentro de Moria.

            Dentro do antigo reino dos anões, um balrog e Gandalf, o Mago Cinzento, travam uma batalha na passagem estreita sobre o abismo. Gandalf luta com ele, quebra a ponte com seu bastão e os dois caem na fenda. O resto da Sociedade escapa para fora de Moria. Assim morre o mago e a escuridão cai sobre a Sociedade. Chorando de pesar, o grupo continua seu caminho liderado por Aragorn. Fogem e encontram refúgio em Lothlórien.

                 A Companhia passa vários dias em Caras Galadhon, conhecem Celeborn e Galadriel e recebem auxílio e conselhos. Certa noite, Galadriel enche uma bacia prateada de água de uma fonte, e cria um espelho mágico. Ela permite que Sam e Frodo olhem no espelho, mas os adverte sobre as visões. Quando Frodo olha no espelho, vê o Olho de Sauron. O hobbit também vê Galadriel usando outro dos Três Anéis élficos e lhe oferece o Um Anel, mas ela o rejeita.

            A Sociedade está a ponto de deixar Lórien, e recebem como presentes três barcos leves para facilitar a viagem, mantos élficos cinzentos, várias cordas boas, e um pouco de lembas, um tipo especial de pão. Galadriel também dá a cada um deles presentes especiais. Então a Sociedade deixa Lórien e continua a viagem. A viagem para o sul Anduin abaixo dura dias.

            Surgem divisões entre o grupo. Boromir questiona a liderança de Aragorn. Frodo deve, como Portador do Anel, decidir o rumo a ser tomado. Ele se isola para pensar e não percebe que Boromir o segue. Primeiro com palavras ardilosas e depois com a força, ele tenta arrancar o Anel de Frodo, que foge aterrorizado ao perceber que o Anel de apossou do companheiro. Ele foge acompanhado apenas por Sam e os dois chegam às fronteiras da Terra Escura. Procurando por Frodo, a Sociedade se rompe para sempre.

Resenha de Livro

“O Hobbit” por Natalllie Alcantara

 

A blogueira Natalllie Alcantara, de Belém-PA, elaborou uma resenha dos principais livros do professor Tolkien e os disponibilizou para publicação em nosso site. Agrademos ao bom trabalho dessa jovem escritora e recomendamos o blog dela:       http://meucantinholiterario.blogspot.com.br

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             O Hobbit relata a história de um hobbit chamado Bilbo Bolseiro, morador do Condado, que é “convidado” por um mago, Gandalf, a entrar numa aventura como ladrão, com mais 13 anões: Thorin Escudo-de-Carvalho, Dwalin, Balin, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur, Bofur, Bombur, Kili e Fili. O objetivo dessa aventura é recuperar o tesouro dos anões roubado pelo dragão Smaug no tempo de Thrór, avô de Thorin. A contragosto, Bilbo aceita.

            Montados em pôneis, o grupo começa o caminho para a travessia das Montanhas Nevoentas. Eles encontram no meio da planície o vale secreto em que está Valfenda. Neste refúgio élfico, o grupo é acolhido e recebe os conselhos do mestre elfo Elrond. Ao continuarem a travessia, eles são perseguidos por orcs e, na confusão, Bilbo é deixado desacordado para trás.

            Quando acorda, todos já desapareceram e ele, engatinhando pelo chão, encontra um anel. Descendo por um corredor, encontra a criatura chamada Gollum e lhe propõe um jogo de adivinhação. Se ganhasse, Gollum lhe mostraria a saída da gruta. O jogo começa e a criatura perde quando Bilbo lhe pergunta o que tinha no bolso. Gollum se vê obrigado a cumprir o acordo e quando vai buscar o anel, percebe que era isso que Bilbo tinha no bolso.

           

Ilustração de Tolkien, Nasmith

          Ele tenta capturar o hobbit, mas Bilbo coloca o anel sem querer no dedo, fica invisível e consegue fugir. No vale, encontra Gandalf e os anões e os acompanha, mas encontram um bando de wargs. O grupo escapa ao ser salvo pelas águias das Montanhas Nevoentas que, comandadas pelo Senhor das Águias, os fazem avançar em seu caminho. Gandalf conduz o grupo até a casa de Beorn.

            Na casa de Beorn, conseguem recuperar suas forças. De volta a sua jornada, Bilbo e os anões levam dias atravessando a Floresta Sombria. Sem comida, eles saem da trilha e são atacados por aranhas e depois feitos prisioneiros pelos elfos da Floresta das Trevas. Com a ajuda do anel, Bilbo os ajuda a fugir em direção a Cidade do Lago. Na cidade, erguida sobre palafitas, Thorin se proclama o “rei sob a Montanha”, que veio recuperar o que lhe pertence.

            Recuperados, partem para a Montanha Solitária. Eles entram na montanha e os anões começam a pressionar Bilbo para fazer aquilo pelo qual foi contratado. Assim, invisível pelo poder do anel, o hobbit desce até a câmara do dragão, de onde rouba uma taça do tesouro. Smaug sente falta do objeto e sai à caça do ladrão. Quando ele volta, o hobbit se aventura até a câmara novamente e eles dialogam.

            O dragão não consegue descobrir quem é, mas um dos nomes que BIlbo dá ao dragão, “Cavaleiro do barril”, faz com que Smaug saia para se vingar dos homens de Esgaroth, a Cidade do Lago, mas Bard flecha-o em seu ponto fraco e o dragão desaba sobre a cidade e junto com ela é sepultado no rio. Nesse ínterim, Bilbo descobre a pedra Arken, o maior tesouro, e a guarda para si.

            Ao descobrirem que elfos e homens estão se dirigindo a montanha em busca do tesouro, Thorin envia mensagens pedindo socorro aos seus parentes do povo de Dain e formam uma muralha de pedras na entrada de Erebor. Começa uma intensa negociação, mas Thorin se recusa a dar qualquer compensação. Com a montanha sitiada, Bilbo resolve levar aos sitiantes a pedra Arken para que tudo acabe de uma vez. Thorin, quando descobre, se enche de vingança contra Bilbo.

Ilustração por Ted Nasmith

            A essa altura, Dain chega com reforços e estão prestes a atacá-los, quando uma nuvem de morcegos anuncia a chegada de orcs e wargs. Homens, elfos e anões lutam e quando a batalha parece perdida, as águias das Montanhas Nebulosas e Beorn, este em forma de urso, surgem e resgatam Thorin, ferido mortalmente por lanças inimigas.

            A batalha é vencida e Thorin, antes de morrer, faz as pazes com Bilbo e é enterrado na Montanha Solitária com a pedra Arken e a espada Orcrist sobre seu túmulo. Dain passa a reinar como Rei sob a Montanha e dá um quarto do tesouro para os homens de Bard, assim como esmeraldas para o rei élfico. Bilbo aceita como presentes dois baús, um de ouro e outro de prata.

            Gandalf e Bilbo voltam com Beorn contornando a Floresta das Trevas, hospedando-se com este em Valfenda. Chegam ao Condado um ano após a partida, justamente no dia em que está ocorrendo um leilão de todo o mobiliário da moradia de Bilbo, por julgarem-no morto. O hobbit consegue recuperar seus bens com alguma dificuldade, mas perde a reputação de hobbit respeitável.

            Certo dia, Gandalf e Balin aparecem novamente em sua porta para contar as novidades. A antiga cidade dos homens, Dale, é reconstruída por Bard, assim como a Cidade do Lago, e reina uma forte amizade entre elfos, anões e homens.