Legendarium

O LEGENDARIUM DE J.R.R.TOLKIEN (ATUALIZADO)

by Eduardo Stark

Esse artigo foi publicado originalmente em 3 de novembro de 2013. Agora com novas publicações a lista foi alterada.

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Muitos leitores de Tolkien se questionam quais seriam as principais obras que compõem a mitologia criada por ele. Onde achar informações a respeito do seu universo.

A maioria dos textos que Tolkien trata sobre seu Universo mitológico estão fragmentados em várias publicações, o que muitas vezes dificulta entender o mundo em que se passa o Senhor dos Anéis.

Assim, é necessário criar uma grande lista organizada com todos os nomes dos livros, periódicos, publicações áudios etc.

Para melhor compreender as informações dividimos as variadas fontes nos seguintes tópicos:

ÌNDICE

Conceito de Legendarium

O Senhor dos Anéis como fonte primária

I – Livros de J.R.R. Tolkien

II – Periódicos sobre Línguas

III – Publicações diversas

IV – Entrevistas

V – Gravações em áudios

VI – Livros que contém elementos do Legendarium

 

Livros de Tolkien no Brasil

Conceito de Legendarium

 

Para se referir a esse conjunto de fontes literárias do mundo secundário de Tolkien muitos leitores usam a expressão “Legendarium”.

A conceituação de ‘Legendarium’ é controversa entre as variadas publicações que usam o termo. A expressão legendarium vem do latim e pode representar um conjunto de lendas de um determinado corpo de histórias ou mitologia.

A conceituação que adotamos é a seguinte:

Legendarium: são todas as expressões, escritas ou não, registradas e publicadas (áudio, escritas, livros, artigos, poesias, ilustrações e entrevistas etc) de autoria de J.R.R.Tolkien a respeito do seu Universo Mitológico. Em suma, Legendarium são as fontes que tratam sobre a mitologia de Tolkien.

Os elementos ou requisitos dessa conceituação podem ser assim expostos:

1 – Ser obra publicada oficialmente: no sentido de ser algo oficialmente publicado, com autorização da Tolkien Estate. Embora existam vários manuscritos e cartas não publicadas, o grande público não tem acesso e por isso elas não poderiam ser utilizadas como fonte do legendarium, além disso, em alguns casos elas não passaram por uma verificação de autenticidade.

2 – Autoria de J.R.R. Tolkien: somente o próprio autor pode expor e afirmar algo como sendo original de sua criação. Se existir algum texto ou livro a respeito do mundo criado que não seja do próprio Tolkien, poderá ser considerado apenas como uma interpretação ou uma obra de fã.

3 – Tratar sobre o Universo Mitológico: são consideradas todas as histórias e composições que se passam em Arda, o que incluiria Valinor e a Terra-Média.

Dessa forma, para se formar um completo Legendarium de Tolkien é necessário ter acesso a diversas fontes. Basicamente tudo o que Tolkien falou ou escreveu a respeito da sua mitologia.

O Senhor dos Anéis como fonte primária

 

O principal livro do Legendarium de Tolkien é O Senhor dos Anéis, pois ele se tornou a fonte para a construção ou alteração de todos os outros livros, tentando formar uma história coerente.

Foi a partir do Senhor dos Anéis que Tolkien modificou algumas partes do livro O Hobbit, que já havia sido publicado em 1937, e praticamente reconstruiu a história do Silmarillion para incluir as novas lendas da terceira era.

A relevância do Senhor dos Anéis é ainda mais profunda por ser uma obra publicada durante a vida do professor, mesmo que ele tivesse intenções de revisar algumas partes, essa obra é entendida como o produto final e o livro mais consolidado escrito por Tolkien.

 

I – LIVROS DE J.R.R. TOLKIEN

 

Os livros publicados sobre a mitologia de Tolkien podem ser divididos em quatro categorias, de acordo com o seu conteúdo e sua importância como fonte.

 

  1. Livros publicados durante a vida de Tolkien

Observando a importância dos livros publicados por Tolkien durante sua vida, temos os seguintes livros em ordem de relevância:

  • The Lord of the Rings (O Senhor dos Anéis) – 1954-1955
  • The Hobbit (O Hobbit) – 1937
  • The Adventures of Tom Bombadil (As Aventuras de Tom Bombadil) – 1964
  • The Road Goes Ever OnBilbo’s Last Song – 1964

 

  1. Livros publicados após a morte de Tolkien

Após a morte do professor Tolkien em 1973, muitos de seus escritos foram reunidos e publicados por seu filho Christopher Tolkien, na tentativa de apresentar a forma mais completa possível do Legendarium.

Assim, em uma segunda fonte de livros temos aqueles que foram escritos nos anos finais da vida do professor Tolkien, mas que só foram publicados e editados posteriormente por seu filho:

  • The Silmarillion (O Silmarillion) – 1977
  • Unfinished Tales (Contos Inacabados) –
  • The Children of Húrin (Os Filhos de Húrin) – 2007
  • Beren & Lúthien – 2017
  • Bilbo Last Song (A última canção de Bilbo) –

O livro Bilbo Last Song (A última canção de Bilbo) foi publicado posteriormente em um livro separado, mas ele havia sido anteriormente publicado quando Tolkien ainda era vivo.

Em 2014, o livro The Adventures of Tom Bombadil (As Aventuras de Tom Bombadil) ganhou uma versão estendida que inclui novos poemas e comentários de Christina Scull e Wayne Hammond.

 

  1. Livros com rascunhos ou ideias de Tolkien

Em um terceiro plano existem os livros complementares as principais obras do Legendarium. São livros que apresentam manuscritos, ideias não consolidadas, manuscritos, histórias rejeitadas, interpretações do Tolkien sobre sua própria obra e outros aspectos.

  • The Letters of J.R.R. Tolkien (As Cartas de J.R.R. Tolkien)
  • The History of The Hobbit: contém transcrição dos manuscritos do Hobbit.
  • A Brief History of the Hobbit
  • A Secret Vice
  • The History of Middle Earth (Doze volumes)

Os 12 volumes da série História da Terra-média podem ser divididos em quatro focos, de acordo com a época em que foram escritos, tendo como marco O Senhor dos Anéis.

I – Escritos anteriores ao Senhor dos Anéis

1. The Book of Lost Tales 1 (1983)
2. The Book of Lost Tales 2 (1984)

3. The Lays of Beleriand (1985)
4. The Shaping of Middle-earth (1986)
5. The Lost Road and Other Writings (1987)

II – Escritos de desenvolvimento de O Senhor dos Anéis

6. The Return of the Shadow (The History of The Lord of the Rings v.1) (1988)
7. The Treason of Isengard (The History of The Lord of the Rings v.2) (1989)
8. The War of the Ring (The History of The Lord of the Rings v.3) (1990)
9. Sauron Defeated (The History of The Lord of the Rings v.4) (1992)

III – Escritos posteriores ao Senhor dos Anéis

10. Morgoth’s Ring (The Later Silmarillion1) (1993)
11. The War of the Jewels (The Later Silmarillion v.2) (1994)

12. The Peoples of Middle-earth (1996)

 

4.Livros com ilustrações de Tolkien

 

Há três livros que contém ilustrações feitas pelo próprio Tolkien. Essas ilustrações são parte do legendarium pois apresentam as visões que o professor tinha sobre o mundo criado. Muitas ilustrações apresentam até novos dados sobre o mundo de Tolkien:

  • J.R.R. Tolkien: Artist and Illustrator
  • Pictures by J.R.R. Tolkien
  • The Art of the Hobbit
  • The Art of the Lord of the Rings

Livros com ilustrações de Tolkien

 

II – PERIÓDICOS SOBRE LÍNGUAS

 

Existem dois periódicos que tratam sobre as línguas criadas por Tolkien. Neles são publicados diversos textos e transcrições diretos dos originais do autor.

Esses materiais foram disponibilizados por Christopher Tolkien para publicação a um grupo de estudiosos chamados Elvish Linguistic Fellowship – E.L.F, cujos membros são: Christopher Gilson, Carl F. Hostetter, Arden R. Smith, Bill Welden, Patrick H. Wynne.

A maioria dos textos publicados nesses periódicos estão relacionados com as diversas línguas que Tolkien desenvolveu e informações adicionais que não foram publicadas nos livros anteriormente mencionados.

  1. Vinyar Tengwar

50 – Turin Wrapper

49 – “Eldarin Hands, Fingers & Numerals and Related Writings” — Part Three

“Five Late Quenya Volitive Inscriptions” —

48 – “Eldarin Hands, Fingers & Numerals and Related Writings” — Part Two

47 – Eldarin Hands, Fingers & Numerals and Related Writings” — Part One

46 – “Addenda and Corrigenda to the Etymologies” — Part Two

45 – “Addenda and Corrigenda to the Etymologies” — Part One

44 – “Words of Joy”: Five Catholic Prayers in Quenya — J.R.R. Tolkien. Part Two,  Ae Adar Nín: The Lord’s Prayer in Sindarin — Alcar mi Tarmenel na Erun: The Gloria in Exclesis Deo in Quenya

43 – Words of Joy”: Five Catholic Prayers in Quenya — J.R.R. Tolkien. Part One:

42 – The Rivers and Beacon-hills of Gondor, “Negation in Quenya”

41 – “Etymological Notes on the Ósanwe-kenta”, “From The Shibboleth of Fëanor”,  “Notes on Óre”

40 – Narqelion

39 – “From Quendi and Eldar, Appendix D” “Ósanwe-kenta: ‘Enquiry into the Communication of Thought'”

37 – “The Túrin Prose Fragments: An Analysis of a Rúmilian Document”

36 – “The Entu, Ensi, Enta Declension””Transitions in Translations: German Translations vs. Tolkien’s ‘Guide to Names’. Part II — Names of Places and Names of Things

29 – “The Tengwar Versions of the ‘King’s Letter'”

26 – “Uglúk to the Dung-pit”

24 – “Sauron Defeated: A Linguistic Review”

23 – Letters to VT” – from Nathalie Kotowski.

14 – “The Elves at Koivienéni: A New Quenya Sentence”

12 – “Nole i Meneldilo: Lore of the Astronomer” —

08 – “Full Chart of the Tengwar ” — Edouard Kloczko.

06 – A Brief Note on the Background of the Letter from J.R.R. Tolkien to Dick Plotz Concerning the Declension of the High-elvish Noun.

 

  1. Parma Eldalamberon

 

11 – I-Lam na-Ngoldathon: The Grammar and Lexicon of the Gnomish Tongue

12 – Qenyaqetsa: The Qenya Phonology and Lexicon

13 – The Alphabet of Rúmil & Early Noldorin Fragments

14 – Early Qenya and The Valmaric Script

15 – Sí Qente Feanor and Other Elvish Writings

16 – Early Elvish Poetry and Pre-Fëanorian Alphabets

17 – Words, Phrases and Passages in Various Tongues in The Lord of the Rings

18 – Tengwesta Qenderinwa and Pre-Fëanorian Alphabets Part 2

19  – Quenya Phonology

20 – The Qenya Alphabet

21 – Qenya Noun Structure

22 – The Feanorian Alphabet, Part 1 and Quenya Verb Structure

 

III –  PUBLICAÇÕES DIVERSAS

 

Além dos livros e periódicos citados acima, há certos livros que apresentam trechos, citações de escritos de Tolkien que tratam sobre o Universo Mitólogico. Assim, são parte do legendarium, mesmo que não estejam completas:

  •  The Annotated Hobbit: Revised and Expanded Edition. É uma versão comentada do Hobbit que incluí uma série de poemas e textos de Tolkien como o Elvish Song in RivendellThe Quest of Erebor, e Glip.
  • The Lord of the Rings: A Reader’s Companion. Incluí uma série de escritos, dentre eles “The Nomenclature of The Lord of the Rings”
  • A Question of Time: J.R.R. Tolkien’s Road to Faërie. Incluí citações de um texto não publicado chamado Elvish time.
  • Leaves from the Tree: J.R.R. Tolkien’s Shorter Fiction. The Proceedings of the 4th Tolkien Society Workshop. Incluí partes de um ensaio não publicado sobre os dragões.
  • Sotheby’s English Literature and English History 6-7 December 1984. Incluí textos como “Concerning … The Hoard” e “Kinship of the Half-elven”
  • A Tolkien Compass. Inclui o “Guide to the Names in The Lord of the Rings” que é praticamente o mesmo texto que o “The Nomenclature of the Lord of the Rings”.
  • Tolkien Studies: Volume 6  Inclui o texto Fate and Free Will.
  • The Grey Bridge of Tavrobel. Inter-University Magazine, May 1927, p. 82.
  • The Lonely Isle. Leeds University Verse 1914-1924. Leeds: At the Swan Press, 1924. [6], 25, [1] pp. 57. An earlier version, unpublished, was called Tol Eressea.
  • Mythopoeia. Tree and Leaf, 1988 edn., pp. 97-101. Earlier called Nisomythos: A Long Answer to Short Nonsense. A variant first line, ‘He looks at trees and labels them just so’, is quoted on p. 7. An extract was published earlier in On Fairy-Stories.
  • Narqelion. Published in ‘Narqelion: A Single, Falling Leaf at Sun-fading’ by Paul Nolan Hyde, Mythlore, Altadena, Ca., no. 56  Winter 1988, pp. 47-52. Four lines, inaccurately transcribed, were earlier published in Biography, p. 76. See also Vinyar Tengwar; Crofton, MD., no. 40 (April 1999), pp. 6-32.
  • Fragments on Elvish Reincarnation“. In J.R.R. Tolkien, l’effigie des Elfes. Michaël Devaux. Paris: Bragelonne; Livarot: La Compagnie de la Comté, 2014. 501 pp. (La Feuille de la Compagnie, 3).

hobbit livro frontispicio

IV – ENTREVISTAS

 

Durante sua vida Tolkien participou de poucas entrevistas, tinha uma vida reservada e conservadora, por isso o número de informações a seu respeito pela imprensa era muito reduzido.

Em suas poucas entrevistas concedidas há sempre  comentários a respeito das suas obras, e por isso a opinião dada pelo professor nessas entrevistas também são consideradas como parte do Legendarium.

 

  • 1955-1956: “With Camera and Pen” (por Anthony Price; Oxford Times, 27 January 1956)
  • 1957: “Carnival of Books”
  • 1961: Entrevista por Jan Broberg
  • 1961:”Den besynnerlige professor Tolkien” (Entrevista por Lars Gustafsson)
  • 1962: Entrevista por John Bowen, para a BBC TV’s Bookstand.
  • 1964: Entrevista para a BBC (em áudio)
  • 1965: Entrevista para a BBC (em áudio)
  • 1966: “The Hobbit-forming World of J.R.R. Tolkien”
  • 1966: Daphne Castell
  • 1966, July 26: Entrevista por John Ezard, partes publicadas em “Writers Talking-1: The Hobbit Man” (Oxford Mail, 3 de agosto de1966). Outras partes diferentes foram publicadas em um artigo de John Ezard “Tolkien’s Shire” (Weekend Guardian28-29 de Dezembro de 1991)
  • 1966:  Entrevista por William Cater, publicado como “Lord of the Hobbits” (Daily Express, 22 de Novembro 1966)
  • 1966, August 9: Entrevista por Philip Norman publicado como “The Hobbit Man” (Sunday Times Magazine, 15 de Janeiro de 1967) e como “The Prevalence of Hobbits” publicado em The New York Times Magazine(15 de Janeiro de 1967). Aparentemente os artigos são parecidos mas não identicos.
  • 1966 Novembro: “J.R.R. Tolkien Talks about the Discovery of Middle-earth, the Origins of Elvish”, entrevistado por Richard Plotz; publicado em Seventeen, 17 de Janeiro de 1967.
  • 1966, Novembro: “The Man Who Understands Hobbits”
  • 1967: “A Benevolent and Furry-footed People” Entrevistado por William Foster, em The Scotsman, 25 de Março de 1967.
  • 1968: “Fireworks for the Author” (Don Chapman ‘Anthony Wood’, Oxford Mail, 9 de Fevereiro de 1968)
  • 1968: “In the Footsteps of the Hobbits”, Entrevista por Keith Brace; Birmingham Post, 25 de Maio de 1968.
  • 1968: Tolkien in Oxford(um documentário feito pela BBC com várias partes em que Tolkien aparece).
  • 1972: “Tolkien Seeks the Quiet Life in Oxford”, Oxford Mail, 22 de Março de 1972.

 

V – GRAVAÇÕES EM ÁUDIOS

 

Os áudios que Tolkien gravou são importantes, na medida em que possibilitam a compreensão das pronuncias de alguns nomes usados nos livros e as palavras que aparecem em línguas élficas. Por isso também são parte do legendarium:

1967 – Poems and Songs of Middle Earth, Caedmon TC 1231

1975 – J.R.R. Tolkien Reads and Sings his The Hobbit & The Lord of the Rings, Caedmon

1975 – J.R.R Tolkien Reads and Sings His The Lord of the Rings: The Two Towers/The Return of the King.

2001 – The J.R.R. Tolkien Audio Collection

2001 – J.R.R. Tolkien: An Audio Portrait of the Author of The Hobbit and The Lord of the Rings

2007 – Essential Tolkien

 

VI – LIVROS QUE CONTÉM ELEMENTOS DO LEGENDARIUM

 

Existem três livros em especial que a princípio não fazem parte do legendarium de Tolkien, porém apresentam elementos e aspectos que poderiam, em algumas interpretações, incluí-los no legendarium.

È o caso por exemplo do livro As Cartas de Papai Noel, em que o personagem O Homem da Lua aparece em um poema recitado no Senhor dos Anéis, a sociedade do Anel. Esse mesmo personagem aparece na história de Roverandom. Acredita-se também que haja elementos que fariam ligação da lenda de Artur com o mundo criado por Tolkien em seu poema “A Queda de Artur”.

  1. Roverandom
  2. The Fall of Arthur (A Queda de Artur)
  3. Father christmas Letters (As Cartas de Papai Noel)

 

CONCLUSÂO

 

Tendo todo esse material reunido pode-se dizer que estará com todo o Legendarium de J.R.R.Tolkien disponível para consulta e leitura. Evidente, que nem todas as pessoas conseguem ter acesso a todo esse material criado por Tolkien, especialmente porque ele se encontra fragmentado ou muitas publicações estão encerradas. Mas com um pouco de esforço e gastos é possível encontrar todo esse material e ter todas as obras publicadas sobre o mundo de Tolkien.

Essa lista poderá ser alterada com o tempo, pois novos livros e informações do Tolkien vem sendo levadas a conhecimento do público. Ainda há vários textos ainda guardados na casa de Christopher Tolkien ou em bibliotecas que cuidam do acervo dos manuscritos (veja AQUI um artigo sobre textos não publicados de autoria de Tolkien), e a tendência é que o Legendarium de Tolkien conhecido se amplie significativamente.

 

 

Gerais, Sérgio Ramos

Os legados da Casa de Isildur (Relíquias dos Dúnedain)

O Retorno do Rei (arte de Ted Nasmith).
O Retorno do Rei (arte de Ted Nasmith).

Por: Sérgio Ramos*.

Publicado em 24/01/2016.

Uma das histórias mais importantes do Livro Vermelho do Marco Ocidental é a de Aragorn e Arwen, onde uma “parte” é publicada no Apêndice A, I, v, de “O Senhor dos Anéis”, que foi ali inserido por Barahir, neto de Faramir e Éowyn (não confundir com Barahir pai de Beren).

Há uma passagem emblemática onde Elrond transfere para Aragorn algumas das relíquias de sua linhagem.

Mas, quando Estel tinha apenas vinte anos de idade, aconteceu que um dia retornava a Valfenda depois de ter realizado grandes feitos na companhia dos filhos de Elrond; Elrond olhou para ele e ficou satisfeito, pois viu que era belo e nobre, e precocemente atingiria a idade adulta, embora ainda fosse crescer no corpo e na mente. Naquele dia, portanto, Elrond o chamou por seu verdadeiro nome, e revelou-lhe quem era, e o nome de seu pai; entregou-lhe então os legados de sua casa.

– Aqui está o anel de Barahir – disse ele -, o sinal de nosso antigo parentesco; e aqui também estão os fragmentos de Narsil. Com eles você ainda poderá realizar grandes feitos, pois eu prevejo que sua vida será mais longa que a da maioria dos homens, a não ser que o mal o acometa ou que você falhe no teste. Mas o teste será longo e difícil. O Cetro de Annúminas eu reterei, pois você ainda deve fazer por merecê-lo.”

(O Senhor dos Anéis, Apêndice A, I, v) (destaque nosso)

Já na versão do manuscrito da história, está relatado que:

Elrond mantinha sob sua guarda os legados dos Dúnedain, o principal dos quais eram os fragmentos da espada de Elendil, que veio para a Terra-média de Númenor em sua queda.

(The History of Middle-earth, Vol VII, The Peoples of Middle-earth, Part One, IX, ii) (destaque nosso)

Portanto, revelou-se que aquele jovem Guardião do Norte era, na verdade, da linhagem real de Númenor e Herdeiro de Isildur, sendo assim o Senhor dos Dúnedain. Os legados de sua Casa, que haviam sido guardados pelo Senhor Elrond, começavam a passar para quem de direito.

Valfenda passou a guardar as heranças da Casa de Isildur desde a extinção do Reino do Norte, quando caiu o último Rei e seu filho se tornou o primeiro líder dos dúnedain.

Após Arvedui o Reino do Norte terminou, pois os dúnedain agora eram poucos e todos os povos de Eriador diminuíram. Apesar disso, a linhagem dos reis foi continuada pelos líderes dos dúnedain, dos quais Aranarth, filho de Arvedui, foi o primeiro. Arahael, seu filho, foi criado em Valfenda, assim como todos os filhos de líderes depois dele; ali também foram guardadas as heranças de sua casa: o anel de Barahir, os fragmentos de Narsil, a estrela de Elendil e o cetro de Annúminas.

(O Senhor dos Anéis, Apêndice A, I, iii) (destaque nosso)

Estava profetizado que um dia o Rei retornaria na pessoa de um descendente de Isildur. Aragorn, filho de Arathorn, seria aquele que passaria por todas as provações necessárias para reivindicar o Trono de Gondor e voltar a envergar os Legados da Casa de Isildur.

– Os vivos nunca usaram aquela estrada desde a chegada dos rohirrim – disse Aragorn -, pois ela está fechada para eles. Mas nesta hora escura o herdeiro de Isildur poderá tomá-la, se ousar fazê-lo. Escutem! Esta é a mensagem que os filhos de Elrond me trazem, enviada de Valfenda por seu pai, o mais sábio na tradição: Peçam a Aragorn que se lembre das palavras do vidente e das Sendas dos Mortos.

– E quais podem ser as palavras do vidente? – disse Legolas.

– Assim falou Malbeth, o Vidente, nos dias de Arvedui, o último rei de Fornost – disse Aragorn:

Sobre a terra se estende longa treva,

asas obscuras que alcançam o oeste.

A Torre treme; nas tumbas dos reis

o destino se adensa. Despertam os Mortos;

pois a hora chegou em que os ímpios se erguem:

na Pedra de Erech de pé ficarão

atentos à trompa tocando nos morros.

De quem é a corneta? Quem os convoca

na aurora cinzenta, a gente esquecida?

O herdeiro do fidalgo a quem fiança fizeram.

Do Norte virá, a necessidade o impele:

passará o portal para as Sendas dos Mortos.*

(O Retorno do Rei, A Passagem da Companhia Cinzenta)

*Tradução retirada da coletânea Poemas de O Senhor dos Anéis.

O Anel de Barahir

Este anel representava a amizade entre elfos e homens. Originalmente, pertencia a Finrod Felagund e foi dado de presente a Barahir (pai de Beren) por ter salvo sua vida em Dagor Bragollach (Batalha das Chamas Repentinas) – a batalha em que Morgoth rompeu o Cerco a Angband e Glaurung liderou Balrogs e Orcs contra as forças élficas, ao final da qual Fingolfin duelou contra o próprio Senhor do Escuro, vindo a encontrar seu fim.

Os filhos de Finarfin foram os mais atingidos pelo impacto do ataque; e Angrod e Argnor foram mortos. A seu lado, caiu Bregolas, senhor da casa de Bëor, bem como grande parte dos guerreiros daquela gente. No entanto, Barahir, irmão de Bregolas, estava na luta mais para o oeste, perto do Passo do Sirion. Ali, o Rei Finrod Felagund, vindo apressado do sul, ficou isolado de sua gente e cercado com poucos acompanhantes no Pântano de Serech. E teria sido morto ou capturado, se Barahir não chegasse com seus homens mais valentes e o resgatasse, protegendo-o com um círculo de lanças para abrir caminho em meio à batalha, com enormes perdas. Assim escapou Felagund e retornou às profundezas de sua fortaleza em Nargothrond; mas fez um juramento de amizade e auxílio permanente em qualquer necessidade a Barahir e toda a sua gente; e, como prova do juramento, deu a Barahir seu anel. Barahir era agora por direito o senhor da Casa de Bëor, e voltou a Dorthonion; mas a maior parte de seu povo fugira de casa para se refugiar na segurança de Hithlum.

(O Silmarillion, cap. XVIII) (destaque nosso)

Felagund entrega o anel a Barahir (arte de Anke-Katrin Eiszmann).
Felagund entrega o anel a Barahir (arte de Anke-Katrin Eiszmann).

Barahir foi morto posteriormente por orcs e o anel quase foi perdido para Sauron, para quem o objeto estava sendo levado pelo capitão orc que o matara, mas Beren recuperou o artefato.

Ali Beren enterrou os ossos do pai e ergueu um túmulo de pedras sobre ele, fazendo um juramento de vingança. Em primeiro lugar, portanto, perseguiu os orcs que haviam matado seu pai e seus parentes. E encontrou seu acampamento à noite, junto ao Poço do Rivil, acima do Pântano de Serech. Graças a sua perícia em andar pelas florestas, conseguiu se aproximar da fogueira sem ser visto. Ali, o capitão se vangloriava de seus feitos e exibia a mão de Barahir, que decepara, para levar a Sauron como sinal de que sua missão fora cumprida. E o anel de Felagund estava nessa mão. Então, Beren saltou de onde estava atrás de uma rocha e matou o capitão. Tomou-lhe a mão com o anel e escapou, sendo defendido pelo destino, pois os orcs ficaram desnorteados, e suas flechas não tinham direção.

(O Silmarillion, cap. XIX)

O anel havia sido criado pelos elfos em Valinor, e tinha uma forma peculiar:

– A morte o senhor pode me dar justa ou injustamente; mas não aceitarei os 

Anel de Barahir (arte de danijel_knez).
Anel de Barahir (arte de danijel_knez).

nomes de plebeu, espião ou escravo. Pelo anel de Felagund, que ele entregou a meu pai no campo de batalha no norte, meu clã não merece ser assim chamado por nenhum elfo, rei ou não.

Foram palavras altivas, e todos os olhos se voltaram para o anel. Pois Beren agora o segurava no alto, e ali refulgiam as gemas verdes que os noldor haviam criado em Valinor. É que esse anel era como serpentes gêmeas, cujos olhos eram esmeraldas, e suas cabeças se encontravam sob uma coroa de flores douradas, que uma serpente sustentava e a outra devorava. Esse era o emblema de Finarfin e de sua Casa. Inclinou-se então Melian para perto de Thingol e, aos sussurros, insistiu para que ele deixasse passar sua ira.

(O Silmarillion, cap. XIX)

O anel, apesar de não possuir poderes especiais, era usado por Beren e servia como verdadeiro amuleto em horas difíceis, além de protegê-lo contra elfos que o confundissem com um inimigo.

Toda aquela planície era mantida sob vigilância pelos elfos de Nargothrond; e cada colina em suas fronteiras era coroada com torres ocultas. Além disso, em todos os seus bosques e campos, arqueiros rondavam em segredo, com equipamento excelente. Suas flechas eram certeiras e letais; e nada se insinuava ali contra a sua vontade. Por isso, antes que Beren avançasse muito na estrada, eles já o haviam percebido, e sua morte estava próxima. Contudo, reconhecendo o perigo, ele sempre segurava no alto o anel de Felagund. E, embora não visse nenhuma criatura viva, em virtude da atitude furtiva dos caçadores, sentia que estava sendo vigiado.

– Sou Beren, filho de Barahir, amigo de Felagund – gritava ele, com frequência. – Levem-me ao Rei!

Por conseguinte, os caçadores não o mataram, mas, reunidos, armaram uma emboscada e ordenaram que parasse. Contudo, ao ver o anel, eles fizeram reverência diante de Beren; embora ele estivesse em estado lastimável, desgrenhado e cansado de caminhar.

(O Silmarillion, cap. XIX)

O Anel de Barahir, assim, se tornou um legado da família, tendo passado de geração para geração, chegando até a família real de Númenor (Elwing o passou para Elros), tendo sobrevivido à sua submersão.

Somente o Anel de Barahir, pai de Beren Maneta, sobreviveu à Queda; pois foi dado por Tar-Elendil a sua filha Silmarien e preservado na Casa dos Senhores de Andúnië, o último dos quais foi Elendil, o Fiel, que fugiu da destruição de Númenor para a Terra-média.

(Contos Inacabados, Segunda Parte, I, Nota2)

Na Terra-média, o Anel continuou como Herança dos Dúnedain até Arvedui, último Rei de Arthedain, e passando aos Chefes dos Dúnedain.

Durante as batalhas contra o Reino de Angmar, Arvedui acabou fugindo para as terras geladas do norte, encontrando auxílio junto aos lossoth, os Homens das Neves de Forochel. Círdan, o Armador, enviou um navio em seu auxílio.

Mas os Homens das Neves estavam inquietos, pois diziam que farejavam perigo no vento. E o chefe dos lossoth disse a Arvedui: – Não monte no monstro do mar! Se as tiverem, os homens do mar poderão nos trazer comida e outras coisas de que necessitamos, e vocês podem permanecer aqui até que o Rei dos Bruxos vá para casa. Pois no verão o poder dele míngua, mas agora seu hálito é mortal, e seu braço frio é comprido.

Mas Arvedui não seguiu o conselho. Agradeceu ao chefe dos lossoth e na despedida deu-lhe seu anel, dizendo: – Este é um objeto que vale muito mais do que você possa imaginar. Simplesmente por ser antigo. Não tem poder algum, exceto a estima que lhe dedicam os membros de minha casa. Não vai ajudá-lo em nada, mas, se seu povo tiver qualquer necessidade, meus parentes podem resgatá-lo em troca de um grande estoque de tudo o que vocês desejarem*.

*Dessa forma foi salvo o anel da Casa de Isildur, já que depois ele foi resgatado pelos dúnedain. Conta-se que era nada menos que o anel que Felagund de Nargothrond deu a Barahir, e que Beren recuperou correndo grandes riscos.

(O Senhor dos Anéis, Apêndice A, I, iii)

Assim, quase perdido duas vezes (uma com a morte de Barahir e outra com a entrega do objeto ao senhor dos lossoth), o Anel acabou sendo recuperado e finalmente entregue a Aragorn, filho de Arathorn.

Os fragmentos de Narsil

Narsil era a espada de Elendil, Alto-Rei dos Homens na Terra-média, feita na Primeira Era pelo maior ferreiro dos anões daquele tempo.

Telchar forjando Narsil (arte de Donato Giancola).
Telchar forjando Narsil (arte de Donato Giancola).

 Lentamente Aragorn desafivelou o cinto e colocou ele mesmo sua espada de pé contra a parede. – Aqui a coloco – disse ele -; mas ordeno que não a toquem, nem permitam que qualquer outra pessoa ponha as mãos nela. Nesta bainha élfica está a Espada que foi Quebrada, e foi forjada de novo. Telchar a forjou pela primeira vez nas profundezas do tempo*. A morte virá para qualquer um que brandir a espada de Elendil, a não ser o seu herdeiro.

O guarda deu um passo para trás e olhou espantado para Aragorn. Ao que parece, você chegou nas asas da canção, vindo de dias esquecidos – disse ele. – Será, senhor, como ordena.

(As Duas Torres, O Rei do Palácio Dourado) (destaque nosso)

*Trecho ausente da tradução nacional.

Telchar, anão ferreiro de Nogrod, foi responsável por fazer, além de Narsil, a faca Angrist e o Elmo-de-Dragão de Dór-lómin.

Narsil é um nome composto de 2 radicais básicos sem variação ou adjuntos: NAR “fogo” e √THIL “luz branca”. Ele assim simboliza as principais luzes celestiais, como inimigas da escuridão, o Sol (Artar) e a Lua (em Q) Isil.

Carta para Richard Jeffery, 17 de dezembro de 1972.

Não se sabe como a espada passou para os Homens do Oeste, mas ganhou fama ao final da Segunda Era:

O exército de Gil-galad e de Elendil obteve a vitória, pois o poder dos elfos ainda era tremendo naquele tempo, e os númenorianos eram altos e fortes, e terríveis em sua fúria. A Aeglos, a lança de Gil-galad, ninguém conseguia resistir; e a espada de Elendil enchia os orcs e os homens de medo, pois ela refulgia com a luz do Sol e da Lua, e se chamava Narsil.”

(O Silmarillion, Dos Anéis de Poder e da Terceira Era) (destaque nosso)

Na Batalha da Última Aliança, Elendil caiu morto sobre a espada, que foi quebrada. Com o toco de Narsil, seu filho Isildur cortou do corpo derrotado do Senhor do Escuro o dedo junto com o Um Anel.

Os fragmentos de Narsil foram levados para o Reino do Norte pelo escudeiro de Isildur após o desastre dos Campos de Lis.

Agora os orcs se aproximavam. Isildur voltou-se para seu escudeiro: – Ohtar, agora confio isto à sua guarda – disse, entregando-lhe a grande bainha e os fragmentos de Narsil, a espada de Elendil. – Salve-o da captura por todos os meios que puder encontrar e a qualquer custo; até mesmo ao custo de ser considerado um covarde que me desertou. Leve seu companheiro consigo e fuja! Vá! Eu lhe ordeno! – Então Ohtar ajoelhou-se e lhe beijou a mão, e os dois jovens fugiram, descendo ao vale escuro.

(Contos Inacabados, Terceira Parte, cap. I, O Desastro dos Campos de Lis)

– Essas informações só vieram para o Norte, e apenas para alguns. Não é de admirar que você não saiba de nada, Boromir. Da ruína dos Campos de Lis, onde Isildur sucumbiu, apenas três homens voltaram pelas montanhas, depois de muito vagarem. Um destes foi Ohtar, o escudeiro de Isildur, que trazia os pedaços da espada de Elendil; e ele os trouxe para Valandil, herdeiro de Isildur, que, por ser apenas uma criança, tinha ficado aqui em Valfenda. Mas Narsil estava quebrada e sua luz se extinguira, e ainda não tinha sido forjada novamente.

(A Sociedade do Anel, O Conselho de Elrond)

Finalmente, os fragmentos de Narsil foram trabalhados em Valfenda e voltaram a ser uma poderosa arma.

A Espada de Elendil foi reforjada por ferreiros élficos, e na lâmina foi inscrito o desenho de sete estrelas, colocadas entre a lua crescente e o sol raiado; em volta delas foram escritas várias runas, pois Aragorn, filho de Arathorn, ia guerrear nas fronteiras de Mordor. Muito brilhante ficou aquela espada depois de restaurada; nela a luz do sol reluzia vermelha, e a luz da lua brilhava fria, e seu gume era resistente e afiado. E Aragorn lhe deu um novo nome, chamando-a de Andúril, Chama do Oeste.

(A Sociedade do Anel, O Anel Vai Para o Sul)

Narsil sendo reforjada em Imladris (arte de Darrell Sweet).
Narsil sendo reforjada em Imladris (arte de Darrell Sweet).

A Estrela de Elendil (Elendilmir)

Mas à frente de todos vinha Aragorn, com a Chama do Oeste, Andúril, como um novo fogo aceso, Narsil reforjada, letal como antigamente, e em sua testa brilhava a estrela de Elendil.

(O Retorno do Rei, A Batalha dos Campos de Pelennor)

No Reino do Norte, por tradição, o Rei não usava coroa. Em seu lugar, uma pedra élfica atada a uma tira de mithril era usada na testa.

Depois da queda de Sauron, Isildur, o filho e herdeiro de Elendil, retornou a Gondor. Lá assumiu a Elendilmir como Rei de Arnor e proclamou seu domínio soberano sobre todos os dúnedain no norte e ao sul; pois era homem de grande orgulho e vigor. Permaneceu em Gondor durante um ano, restaurando sua ordem e definindo seus limites; porém a maior parte do exército de Arnor retornou a Eriador pela estrada númenoriana desde os Vaus do Isen a Fornost.

(Contos Inacabados, Terceira Parte, cap. I, O Desastre dos Campos de Lis)

Rei Elessar com a Elendilmir e demais relíquias dos dúnedain (arte de Rowena Morrill).
Rei Elessar com a Elendilmir e demais relíquias dos dúnedain (arte de Rowena Morrill).

Como sabemos, Isildur nunca chegou a Arnor, vindo a sofrer um ataque de orcs nos Campos de Lis, vindo a tombar por um grave ataque de flechas. Na ocasião, usava a Elendilmir (o que fazia com que os orcs o temessem).

Isildur voltou-se para o oeste e, tirando o Anel de uma bolsinha que pendia de uma fina corrente em torno de seu pescoço, colocou-o no dedo com um grito de dor, e nunca mais foi visto por pessoa alguma na Terra-média. Mas a Elendilmir do Oeste não podia ser apagada e de repente resplandeceu vermelha e irada como uma estrela em chamas. Os homens e os orcs recuaram de pavor; e Isildur, puxando um capuz sobre a cabeça, desapareceu noite adentro.

(Contos Inacabados, Terceira Parte, cap. I, O Desastre dos Campos de Lis)

Possivelmente, foi justamente este artefato que denunciou sua posição quando, ao atravessar o Anduin a nado de uma margem à outra (ocasião em que o Anel o deixou), foi visto pelos orcs:

Ali levantou-se da água: apenas um homem mortal, uma pequena criatura perdida e abandonada nos ermos da Terra-média. Mas para os orcs de visão noturna que se escondiam à espreita, ele se erguia como uma monstruosa sombra de pavor, com um olho penetrante como uma estrela. Atiraram nele suas flechas envenenadas e fugiram. Desnecessariamente, pois Isildur, desarmado, foi trespassado no coração e na garganta, e sem um grito caiu para trás na água. Nenhum vestígio de seu corpo jamais foi encontrado por elfos ou homens. Assim terminou a primeira vítima da malícia do Anel sem dono: Isildur, segundo Rei de todos os dúnedain, senhor de Arnor e Gondor, e o último naquela era do Mundo.

(Contos Inacabados, Terceira Parte, cap. I, O Desastre dos Campos de Lis) (destaque nosso)

Assim, perdeu-se a Elendilmir original, vindo a ser encontrada muito tempo depois pelo Mago Branco e, ainda posteriormente, descoberta por acaso entre artefatos guardados em Orthanc. Aragorn, na posição de Rei, usava uma segunda Elendilmir, que havia sido feita por ferreiros élficos em Imladris.

Na Torre de Isengard, Aragorn promoveu uma restauração, onde foram encontrados diversos artefatos que haviam sumido de seus donos originais. Por trás de uma porta oculta imperceptível, seu amigo Gimli encontrou um armário de aço onde estava uma arca com dois objetos guardados. Um deles era um pequeno estojo com uma fina corrente (com certeza, era a corrente em que Isildur levava o Um Anel). Vale lembrar que Saruman mandou vasculhar as margens do Anduin desde muito tempo antes em busca do Um Anel; provavelmente, ele conseguiu encontrar os próprios restos mortais de Isildur, pois, além da corrente do Anel, havia outro bem inestimável.

Ao lado estava um tesouro sem preço, pranteado por muito tempo como algo perdido para sempre: a própria Elendilmir, a estrela branca de cristal élfico sobre um filete de mithril, que chegara de Silmarien a Elendil e fora tomada por ele como sinal de realeza no Reino do Norte. Todos os reis e líderes que se seguiram a eles em Arnor haviam usado a Elendilmir, até o próprio Elessar; mas apesar de ser uma pedra de grande beleza, feita por artesãos élficos em Imladris para Valandil, filho de Isildur, não tinha a antiguidade nem a potência daquela que fora perdida quando Isildur fugiu para as trevas e não mais voltou.

(Contos Inacabados, Terceira Parte, cap. I, As Fontes da Lenda da Morte de Isildur)

Desta forma, ficamos sabendo que a Elendilmir vinha do Ponente, pois Silmarien era filha de Tar-Elendil, o quarto Rei de Númenor, e era passada de geração a geração aos Senhores de Andunië.

Elessar tomou-a para si com reverência, e, quando retornou ao norte e reassumiu a monarquia plena de Arnor, Arwen cingiu-lhe a fronte com a pedra, e os homens silenciavam de espanto ao ver seu esplendor. Mas Elessar não a pôs de novo em risco e somente a usava em dias festivos no Reino do Norte. Em outras ocasiões, quando envergava vestes reais usava a Elendilmir que lhe fora legada, – E também esta é objeto de reverência – dizia – e acima do meu valor; quarenta cabeças a usaram antes.

(Contos Inacabados, Terceira Parte, cap. I, As Fontes da Lenda da Morte de Isildur)

O Cetro de Annúminas

Conta-nos o Rei que o cetro era o principal símbolo de realeza em Númenor; o mesmo acontecia em Arnor, cujos reis não usavam coroa, mas traziam na testa uma única pedra, chamada Elendilmir, Estrela de Elendil, presa por um filete de prata. Falando em uma coroa, Bilbo sem dúvida estava se referindo a Gondor; ao que parece, ele se inteirou dos assuntos concernentes à linhagem de Aragorn. Comenta-se que o cetro de Númenor desapareceu com Ar-Pharazôn. O de Annúminas era o bastão de prata dos Senhores de Andunië, e talvez seja atualmente o mais antigo trabalho feito por homens preservado na Terra-média. Já tinha mais de cinco mil anos quando Elrond o entregou a Aragorn.

(O Senhor dos Anéis, Apêndice A, I, iii)

Com a coroação, Aragorn, filho de Arathorn, recebeu enfim o Cetro de Annúminas do Senhor Elrond, vindo, assim, a utilizar todos os Legados da Casa de Isildur em seu reinado.

Rei Elessar (arte de Jay Johnston).
Rei Elessar (arte de Jay Johnston).

 E aconteceu que na hora da derrota Aragorn surgiu do mar e desfraldou o estandarte de Arwen na batalha dos Campos de Pelennor, e naquele dia foi pela primeira vez aclamado como rei. E por fim, quando tudo estava consumado, ele assumiu a herança de seus antepassados e recebeu a coroa de Gondor e o cetro de Arnor; e no Solstício de Verão do ano da Queda de Sauron ele tomou a mão de Arwen Undómiel, e os dois se casaram na cidade dos reis.

(O Senhor dos Anéis, Apêndice A, I, v) (destaque nosso)

Quando chegou a hora de partir, o Rei Elessar entregou o sinal de realeza para seu filho Eldarion.

Então, dirigindo-se para a Casa dos Reis, na rua Silenciosa, Aragorn deitou-se no longo leito que lhe fora preparado. Ali disse adeus a Eldarion, e entregou-lhe nas mãos a coroa alada de Gondor e o cetro de Arnor; depois todos o deixaram, com exceção de Arwen, que ficou sozinha ao lado do leito. E, com toda a sua sabedoria e nobreza, ela não pôde evitar de implorar que ele ficasse ainda por mais um tempo. Ainda não estava cansada de seus dias, e assim provou o gosto amargo da mortalidade que assumira para si.

(O Senhor dos Anéis, Apêndice A, I, v) (destaque nosso)

*Sérgio Ramos é membro da Tolkien Society e administrador do Tolkien Brasil. Servidor público, artista marcial e entusiasta de histórias de heróis.
*Sérgio Ramos é membro da Tolkien Society e administrador do Tolkien Brasil. Servidor público, artista marcial e entusiasta de histórias de heróis.
Sobre Filmes

Ator de Aragorn diz que Peter Jackson sacrificou a sutileza pela computação gráfica!

 

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Nos filmes de O Senhor dos Anéis a figura do Aragorn tem papel de grande importância na história e é um destaque juntamente com o Frodo e Gandalf. O ator Vigor Mortensen desde então colhe o sucesso de sua interpretação de um protagonista do melhor filme de fantasia produzido no cinema.

Muitos fãs do Aragorn e seu ator esperavam seu retorno nos filmes do Hobbit, assim como o Orlando Bloom no papel de Legolas. Assim, no ano passado havia boatos que o ator de Aragorn estivesse participando dos novos filmes do Hobbit, porém isso não se confirmou.

Para encerrar o boato, em entrevista concedida ao The Guardian ele afirmou que não participaria dos novos filmes, já que o personagem Aragorn não estava presente no livro O Hobbit: “Antes de começar as filmagens, em 2008, um dos produtores me perguntou se eu estaria interessado. Eu disse: “Você sabe que o Aragorn não está em O Hobbit, não é? E que há uma lacuna de 60 anos entre os livros?” Nessa mesma entrevista ele afirmou que estaria ansioso para saber como Peter Jackson conseguiria “fazer três filmes com base em um livro tão curto”

Naquela época, Vigor Mortensen ainda não tinha visto os dois primeiros filmes de O Hobbit.Mas, recentemente, em entrevista concedida ao The Telegraph disse um pouco sobre como foi fazer o Senhor dos Anéis e o que acha dos novos filmes de o Hobbit em relação a efeitos especiais.

“Peter sempre foi um geek em termos de tecnologia, mas, uma vez que ele tinha os meios para fazê-lo, e a evolução da tecnologia realmente decolou, ele nunca olhou para trás. No primeiro filme, sim, há Valfenda, e Mordor, mas há uma espécie de qualidade orgânica, a atuação dos atores com o outro, e as paisagens reais. Era mais palpável. O segundo filme já começou a aumentar, demais para o meu gosto, e depois no terceiro já havia uma grande quantidade de efeitos especiais. Foi grandioso, e tudo mais,  contudo o que era sutil, no primeiro filme, gradualmente se perdeu no segundo e terceiro. Agora, com O Hobbit, um e dois, é como se isso fosse multiplicado por 10”.

E ele ainda afirma que “Ele fez o filme “The Lovely Bones” e eu pensei que poderia ser o seu filme mais curto. Mas o problema é que ele fez o filme com um orçamento de $90 milhões. Que poderia ter sido um filme de $15 milhões.A coisa de efeitos especiais, o gênio, estava fora da garrafa, e tem sido assim. E ele está feliz, eu acho …

Recentemente, o subtítulo do terceiro filme de O Hobbit foi alterado, passado a se chamar “O Hobbit, A Batalha dos Cinco Exércitos”,  que terá estréia no final desse ano.

Sobre Filmes

Elros, irmão de Elrond estará no segundo filme do hobbit?

 

O jovem ator Robin Kerr fará o papel de Elros no filme O Hobbit, a desolação de smaug. Como assim Elros???? Mas ele não aparece no hobbit…

Para quem não conhece muito bem as histórias do Senhor dos anéis é necessário uma breve explicação sobre Elros. Esse personagem tem pouco destaque na história do senhor dos anéis, pois ele existiu muitos séculos antes dos acontecimentos da terceira era.

Elros era o irmão de Elrond. Ambos eram filhos de Earendil, o marinheiro. Por serem meio-elfos, ou seja uma mistura de homem com Elfos (sim, Aragorn não foi o primeiro), foi concedido a eles a opção entre viver como os homens ou como os Elfos. Elros optou por viver entre os homens e se tornou o primeiro rei da ilha de Númenor e seus descendentes se tornaram reis (chegando até Elendil e Isildur e consequentemente Aragorn).

Poderia haver alguma relação da história de Elros com uma possível aparição de Aragorn no filme o Hobbit? (alguns fãs especulam que o Ator Viggo Mortensen foi contratado para interpretar Aragorn no hobbit). Ou poderia ser uma espécie de flashback de Elrond, lembrando desses momentos antigos e da escolha de seu irmão?

No filme o hobbit são mencionadas as espadas Glamdring e Orcristh, feitas em Gondolin. E de fato Elros e Elrond eram netos de Idril, princesa de Gondolin, e bisnetos de Turgon (dono da espada Glamdring). Poderia haver alguma relação dessa espada com uma história do hobbit, vinculando a história de Elros?

Há muitas especulações sobre a possibilidade do Elros ser realmente o irmão de Elrond, que aparece em flashback, mas até o momento a única informação que temos é que ele seria um “elfo”, na página do perfil de onde vem essa informação. Já no site Imdb consta apenas como parte do elenco, logo no final, o que demonstra ser um coadjuvante na história.

Mas o que nos deixa constrangidos são as SEMELHANÇAS dos atores Robin Kerr (Elros) e o Hugo Weaving (Elrond). Veja a fotos abaixo e compare:

elros e elrond
Clique para ampliar

Se você não viu nenhuma semelhança entre os atores… tudo bem. O Hugo Weaving já não é tão jovem assim. Então, veja uma foto de quando esse ator tinha quase a mesma idade de Robert kerr:

elros e elrond

Todos os fãs que já conheciam os livros viram que Peter Jackson e as roteiristas não tiveram pudores em mudar a história do livro. Então não pode-se descartar essa hipótese de aparição de Elros no filme O Hobbit, a desolação de smaug. Temos aí algumas possibilidades:

1- Um elfo coadjuvante que deve aparecer apenas para morrer em sacrifício em uma luta, ou um mensageiro de Elrond sobre algo relacionado a Dol Guldur. Ou ainda um elfo controlado pelo necromante.

2- O próprio Elros, irmão de Elrond, em algum momento em que este se lembra do passado e da escolha do seu irmão. O que poderia embasar melhor a história de Arwen e a escolha dela por Aragorn no senhor dos anéis.

3 – Outra hipótese desconhecida e completamente diferente do que se pode imaginar. Sem base nos livros em uma base anterior de argumentos.

Seria estranho escolher a primeira hipótese, já que Elros passou a ser um nome utilizado entre os humanos e creio que os elfos tendiam a não escolherem esse nome para os seus filhos, já que Elros declinou da sua raça. Mas como os filmes parecem não observar com regularidade os livros, essa hipótese pode ser válida.

Enfim, hipóteses a parte, todos estamos ansiosos querendo saber como serão os próximos filmes do Hobbit e torcendo para que tenha um grande sucesso.

Agradecemos a Carolina Haddad (no grupo Tolkien Brasil no facebook), por ter dado a ideia desse texto.

Cleison Silfer

RPG: Classes de personagens no mundo de Tolkien – Parte 3

Cleison “Silfer” Ferreira, ou Mestre Silfer, é mestre e jogador de RPG desde 2003, tendo jogado diversos sistemas como 3D&T, D&D e Daemon. Apaixonado por fantasia medieval, é um entusiasta das obras do Professor Tolkien e brinca de escritor nas horas vagas. email: cleisonsilfer@gmail.com

aragorn

O RANGER

Bem-vindos ao terceiro artigo da série que aborda as classes de RPG e os personagens de Tolkien.

Já comentamos sobre o Guerreiro e o Ladino. O artigo de hoje vai abordar a classe representada por mais alguns membros da Sociedade do Anel. Falaremos hoje do Ranger.

Ranger, também conhecido por Guardião, é um especialista em exploração de áreas selvagens. A função do Ranger é guardar a floresta e servir de guia para aqueles que se aventuram nessas áreas selvagens.

Os principais representantes dessa classe no universo de Tolkien são os guardiões do norte. E o principal guardião é Aragorn.

Analisando as ações do herdeiro de Isildur durante toda a saga do anel, vemos como age um verdadeiro Ranger. Aragorn é o guia dos hobbits no início da saga. Ele guia os pequeninos até o Topo do Vento, onde ele usa suas perícias para averiguar a segurança do lugar. Quando Frodo é atingido pela lâmina de Mordor, o guardião usa seu conhecimento de ervas para preparar um medicamento para a ferida. Vemos nesse ponto o uso de uma perícia que gera bastante confusão no d20. A perícia Cura tem como utilidade o que Aragorn fez: estancar o sangramento e manter a vítima com um baixo percentual de risco de morte. Aragorn também guia a Sociedade após a morte de Gandalf, mostrando a habilidade do Ranger que o permite se guiar em caminhos tidos como selvagens.

A caçada que Gandalf faz à Gollum, citada em A Sociedade do Anel é feita com a ajuda de Aragon. O Guardião usa toda sua perícia para seguir os rastros deixados pela criatura e no fim conseguir capturá-lo. Não tenho certeza se é descrito como Aragorn realiza a captura, mas tendo em vista que ele é um ranger, o mais provável é que tenha sido através de uma armadilha de caça.

Porém a cena mais clássica e que melhor representa a habilidade de um ranger é em As Duas Torres quando Aragorn usa sua habilidade de Rastrear para seguir a pista que o leva até onde Merry e Pippin foram carregados pelos orcs. E para completar, ele usa sua habilidade para ler com perfeição os rastros deixados para remontar o que aconteceu naquele lugar. Ali vemos como um ranger de verdade deve agir.

Outro membro da sociedade que podemos classificar como Ranger é Legolas. O elfo demonstra poucas habilidades de rastrear e medicinais. Mas sua ligação com o ambiente é bem próximo do que um ranger tende a ter. Legolas consegue ler sinais no ambiente a sua volta. Além disso, a forma com se movimenta, com agilidade e muitas acrobacias são características que rangers costumam ter. Quando a sociedade atravessa a montanha de Caradhras, Legolas caminha pela neve tranquilamente. Isso pode ser interpretado como uma habilidade que deriva do fato de Legolas ter vantagens neste tipo de terreno. Talvez por conhecê-lo bem.

Vale comparar também uma habilidade interessante do Ranger que é muito bem representada na trilogia O Senhor dos Anéis. A habilidade de combate do Ranger. No sistema d20, o Ranger precisa escolher sua especialização em combate entre combate com duas armas e arqueiria. E é exatamente isso que vemos nesses dois rangers: Aragorn demonstra habilidade de combate com duas armas. Ainda que ele utilize um arco dentro das Minas Moria, nem se compara a Legolas. O elfo tem uma maestria no uso de arco e flecha muito acima do comum. A agilidade e precisão de suas flechas são incríveis. Sendo assim, Aragorn é um ranger especializado em combater com duas armas enquanto Legolas se especializou em arqueiria. Inclusive, a capacidade de Legolas de atirar tantas flechas simultâneas deve provir dessa escolha, já que é uma das habilidades recebidas dentro de arqueiria.

Estes são os melhores exemplos de Ranger descritos por Tolkien. Ainda que Faramir demonstre algumas habilidades dessa classe, não irei encaixa-lo aqui. Aragorn e Legolas já nos dão detalhes suficientes dessa classe.

E então, o que acha que pegar alguns dados e rastrear alguns orcs por aí?

Dice and Roll!

Mestre Silfer

 

Resenha de Livro

“O Retorno do Rei” por Natallie Alcantara

A blogueira Natallie Alcantara, de Belém-PA, mais uma vez contribui com uma resenha de um dos principais livros do professor Tolkien para publicação em nosso site.  Dessa vez contamos com o terceiro livro da trilogia do Anel. Agrademos ao bom trabalho dessa jovem escritora e recomendamos o blog dela:      http://meucantinholiterario.blogspot.com.br

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O Senhor dos Anéis (The Lord of the rings)        
O Retorno do Rei (The Return of the King)

            Depois de uma longa e rápida viagem, Gandalf e Pippin chegam à grande cidade de Minas Tirith e têm uma audiência com Denethor, o Senhor e Regente de Gondor e pai de Boromir e Faramir. Pippin conta sobre a jornada deles, e sobre Boromir, e faz um juramento de fidelidade a Gondor. Depois da audiência, Gandalf vai tratar de assuntos urgentes e Pippin sai para explorar a Cidade.

Merry agora é escudeiro de Rohan. Enquanto Théoden prepara seu exército, Aragorn, os Dúnedain, Legolas, Gimli, Elladan e Elrohir, filhos de Elrond, cavalgam em direção a Edoras e ao Templo da Colina. Na manhã seguinte o grupo adentra as Sendas dos Mortos: Aragorn, como herdeiro de Isildur, convoca-os para ajudá-lo na guerra, para que assim cumpram um antigo juramento.

            Enquanto isso, Théoden e seu exército cavalgam para o Templo da Colina, onde o exército está se reunindo. Ele recebe um mensageiro de Gondor pedindo ajuda e se prepara para partir. Ele ordena que Merry fique  em Edoras, onde Éowyn irá liderar o povo até sua volta, mas um jovem cavaleiro chamado Dernhelm diz em segredo a Merry que pode levá-lo em seu cavalo, e o hobbit aceita.

            Faramir retorna a Minas Tirith e relata ao pai seu encontro com Frodo, mas Denethor se mostra descontente com suas ações. Assim, o capitão se prepara para defender a cidade, mas é ferido por uma flecha envenenada. Julgando-o morto, Denethor abandona a esperança e a defesa da cidade. Ele pretende incinerar a si próprio e ao filho. Pippin corre em busca de Gandalf.

            Enquanto isso, os inimigos atacam o portão da cidade com um grande aríete e o destroem. O Senhor dos nazgûl entra na cidade e é confrontado apenas por Gandalf, quando os chifres de Rohan soam ao longe. O exército de Rohan cavalga em direção a Gondor, onde acontece a Batalha dos Campos de Pelennor. Théoden morre e Éowyn, disfarçada de Dernhelm, mata o senhor dos nazgûl.

            Os defensores remanescentes de Minas Tirith saem da cidade para ajudar os rohirrim; o Príncipe Imrahil encontra os homens que carregam Théoden e Éowyn e, percebendo-a ainda viva, chama os curadores. Quando a batalha parece perdida, uma frota dos navios de Umbar sobe o Anduin, e para a surpresa geral ela não traz inimigos, mas Aragorn e seus companheiros.

            Pippin e Gandalf impedem que Denethor incinere seu filho, mas não conseguem evitar que o regente se mate. O hobbit  também encontra Merry e o leva para as Casas de Cura, onde Gandalf escuta uma velha mencionar a lenda de que as mãos de um rei são as mãos de um curador. Ele procura por Aragorn, que decide não reivindicar sua realeza, mas cura os feridos com uma erva chamada athelas.

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Como um plano para ajudar Frodo a se aproximar da Montanha da Perdição, o Exército do Oeste marcha em direção aos portões de Mordor. Sauron cai na armadilha e direciona sua atenção a eles. Quando Sam e Frodo alcançam Orodruin,

Frodo já está esgotado e Sam precisa carregá-lo. Perto do topo, Gollum os ataca, mas Frodo escapa na direção das Sammath Naur.

Lá, Frodo finalmente cai sob o poder do Anel e se recusa a destruí-lo. No entanto, Gollum consegue recuperar o Anel, mas acaba caindo nas chamas: o Anel é destruído, assim como o espírito de Sauron. Ajudado pelo Senhor das Águias, Gwaihir, Gandalf resgata Frodo e Sam. Os dois hobbits despertam vários dias mais tarde e são grandemente honrados pelo exército do Oeste.

Enquanto isso, Éowyn e Faramir ainda estão nas Casas de Cura. Éowyn está infeliz por ter que passar seu tempo em inatividade, e deseja uma morte gloriosa em batalha. Ela também desejava o amor de Aragorn, mas recebeu dele apenas compaixão e compreensão. Ela conhece Faramir, as águias trazem notícias da vitória, e ele e Éowyn passam muito tempo juntos e se apaixonam.

Em Minas Tirith, Aragorn é coroado Rei Elessar. Ele declara que Faramir receberá Ithilien como principado, e que ele e seus herdeiros continuarão a ser Regentes. Uma muda da Árvore Branca é plantada no pátio do rei. Alguns dias depois, uma companhia de elfos chega do Norte, incluindo Galadriel, Elrond e Arwen. Elrond dá a Aragorn o Cetro de Annúminas, e Aragorn casa-se com Arwen.

            Arwen dá permissão a Frodo para ir aos Portos Cinzentos no lugar dela, pois por seu casamento com Aragorn ela escolhera se tornar mortal. Finalmente uma grande companhia parte de Minas Tirith, levando o corpo do Rei Théoden para Rohan. Depois do enterro, Éomer anuncia o casamento de Faramir e Éowyn. Após algumas viagens, cada um dos companheiros toma o caminho para seus lares.

No Condado, os hobbits têm que enfrentar um último inimigo: Saruman que se apossou do lugar. Mas o mago acaba morto pelas mãos de Grima Língua-de-cobra, e a paz volta à terra dos hobbits. Alguns anos depois, Frodo e Bilbo, por terem sido Portadores do Anel,  partem para os Portos Cinzentos. Junto a Galadriel, Elrond e Gandalf, eles tomam o barco para Valinor.

Diversas

Carrossel do Bolsão na Nova Zelândia

O aeroporto da nova zelândia, após elaborar um incrível video de segurança (veja Aqui), e ter criado um gigante Gollum (veja Aqui), agora desenvolveu um carrocel para as bagagens dos passageiros.

Além disso o parceiro Theonering, nos apresenta uma foto da faixada do cinema de estréia do hobbit:

 

Fonte: http://www.theonering.net/torwp/2012/11/18/65351-embassy-theatre-premiere-facade-revealed/

Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151291089710777&set=a.10151291089040777.438477.23637220776&type=1&theater

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Apresentação do site tolkienbrasil.com

Breve apresentação do site e primeiro videozinho em nosso canal no youtube.

 

 

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Fonte do video:  http://www.youtube.com/watch?v=HHtM5N3V21o