Sobre Filmes

John Rhys-Davies afirma: “Tolkien deve estar revirando no túmulo” sobre a série da Amazon

Em entrevista ao site  Den of Geek , o ator John Rhys-Davies, que fez o papel do anão Gimli nos filmes de O Senhor dos Anéis dirigidos por Peter Jackson, apresentou sua opinião sobre a série que poderá ser feita pela Amazon:

O Porquê precisamos do Senhor dos Anéis como uma série de TV me desconcerta um pouco, mas tenho certeza de que [com toda a honestidade não consigo entender a palavra aqui e não acho que seja sábio fazer uma adivinhação educada] são totalmente sem princípios e gananciosos por dinheiro por qualquer coisa – o quero dizer é que o extraordinário dinheiro que eles recebem dos jogos de azar online e coisas assim, é apenas uma desgraça. Quero dizer, o pobre Tolkien deve estar revirando em seu túmulo.[1]

Tolkien em sua vida se declarava contra a realização de adaptações de seus livros (em filmes e séries) e vendeu os direitos do Hobbit e O Senhor dos Anéis por certa pressão dos editores em 1969. Christopher Tolkien, filho do autor, se declarou contra os filmes do Peter Jackson e não apoiou as produções.

Inicialmente foi noticiado o boato que a nova série seria um remake do próprio Senhor dos Anéis. Dessa forma, anteriormente, em 8 de novembro de 2017, o ator Sean Astin, que fez o hobbit Sam em O Senhor dos Anéis, pareceu mais positivo em relação a possível série. Em entrevista com a EWT ele disse o seguinte:

“Eu vi outro dia e achei bem intrigante. Sempre apostei que O Senhor do Anéis poderia ganhar uma refilmagem depois de uns 12 anos. E as pessoas sempre diziam “Oh não, nunca será refeito! É um clássico! Eles nunca pensaram assim”. E eu dizia “Não, será refeito. É uma história gigante! Os personagens são tão amados![2]  

A nova série ainda não tem data confirmada, mas os primeiros preparativos estão sendo feitos.

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[1] Why we quite need Lord Of The Rings as a TV series baffles me slightly, but I’m sure that [in all honesty I can’t make out the word here and don’t think it’s wise to make an educated guess] are so utterly un-principled and greedy for money for anything – I mean the extraordinary money they’re getting from online gambling and stuff like this, it’s just a disgrace. I mean, poor Tolkien must be spinning in his grave.

[2] “I saw that the other day, and I thought that was intriguing. I’ve been saying for 15 years that maybe like 12 years after Lord of the Rings came out, that it would get remade. And people always said, ‘Oh no, it’ll never get remade! It’s a classic! They could never top it!’ And I’m like, ‘No, it’ll get remade. It’s a massive story! The characters are so beloved.’”

 

Sobre Filmes

Hoje inicia a venda antecipada de ingressos no Brasil para o Hobbit!

 

Conforme anunciado pela fanpage do facebook oficial do filme o Hobbit. Hoje começa a venda dos ingressos antecipados do filme mais esperado do ano “O Hobbit, uma jornada inesperada”.

Acreditava-se que isso não seria possível no Brasil. Mas observando que todas as representações do filme pelo mundo estavam vendendo ingressos antecipados desde o dia 08 do presente mês, a representação da Warner no Brasil decidiu também vender antecipadamente os ingressos.

Os primeiros países a poderem ver o filme, em 12 de dezembro, são: Nova Zelândia, França, Finlândia, Africa do Sul, Suíça, Suécia, Noruega, Dinamarca, Bélgica.

No Brasil a estréia acontece no dia 14 de dezembro de 2012. Fãs espalhados por todo o país aguardam a oportunidade de verem novamente as fantasias que só a terra média tem.

Para ver as datas de lançamentos em vários países veja no site oficial do filme AQUI.

 

 

Fonte: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=369617513131607&set=a.195781280515232.45573.108810312545663&type=1&theater

 

Resenha de Livro

“As Duas Torres” por Natallie Alcantara

A blogueira Natallie Alcantara, de Belém-PA, mais uma vez contribui com uma resenha de um dos principais livros do professor Tolkien para publicação em nosso site.  Dessa vez contamos com o segundo livro da trilogia do Anel. Agrademos ao bom trabalho dessa jovem escritora e recomendamos o blog dela:      http://meucantinholiterario.blogspot.com.br

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O Senhor dos Anéis (The Lord of the rings)           

As duas Torres

            Aragorn segue o rastro de Frodo até o topo do Amon Hen, de onde ouve o som da corneta de Boromir entre os gritos de orcs. Ele tenta ajudá-lo, mas Boromir já está agonizando, e em suas últimas palavras ele confessa seu ataque a Frodo e fala que os outros hobbits foram capturados. Após colocarem o corpo de Boromir em um barco para que siga rio abaixo, os três companheiros decidem sair à caça dos orcs e tentar salvar Merry e Pippin. A perseguição começa.

            No reino de Rohan, eles são informados por Éomer, sobrinho do rei Théoden, que ele e seus homens destruíram o mesmo grupo de orcs que Aragorn e seu grupo caçavam, sem encontrar nenhum hobbit. Éomer lhes dá cavalos e os três companheiros seguem em direção à floresta de Fangorn até o local da batalha. Naquela noite, um homem velho aparece e desaparece próximo ao seu acampamento e os cavalos fogem; eles suspeitam que possa ser o traidor Saruman.

            De volta aos hobbits, Pippin e Merry sofrem muito como cativos dos orcs. Eles escapam do ataque dos rohirrim aos orcs e se embrenham na floresta de Fangorn, onde conhecem Barbárvore, um ent. Os ents convocam um entebate e decidem se reunir para dar um fim as ameaças de Saruman. Eles atacam Isengard, onde está a Torre de Orthanc, habitação de Saruman. Os hobbits se unem a sua marcha.

Enquanto isso, Aragorn, Legolas e Gimli procuram o local da batalha, e encontram alguns pertences dos hobbits, o que confirma sua presença no local. Na procura contínua, alcançam a colina onde  Merry e Pippin tinham conhecido Barbárvore. Então eles encontram o velho que eles acreditavam ser Saruman, mas este revela ser Gandalf, que derrotou o balrog e voltou como Mago Branco.

            Gandalf lhes explica o que aconteceu com Merry e Pippin. O mago chama seu cavalo Scadufax, que vem acompanhado dos cavalos de Aragorn e Legolas e juntos rumam para Rohan, em cuja capital Edoras se encontra Meduseld, O Palácio Dourado. Nele vive o rei Théoden, cuja mente fora envenenada por Saruman através de um espião, o conselheiro Gríma Língua-de-cobra. Gandalf expulsa Grima, cura o rei de seus males, e o aconselha a enfrentar a ameaça de Saruman.

            Théoden convoca os homens para partir para a fortaleza do Abismo de Helm, onde preparam sua defesa. Os ataques intensos fazem com que os defensores se retirem para o Forte da Trombeta e para as cavernas do Abismo. No dia seguinte, o exército dos rohirrim sai da fortaleza e os orcs fogem, ao mesmo tempo em que Gandalf e o exército de Erkenbrand aparecem. Os orcs são cercados e empurrados para uma floresta que é, na verdade, um exército de huorns. Nenhum orc sai vivo.

            Finda a Batalha do Abismo de Helm, Théoden, Gandalf, Aragorn, Legolas e Gimli cavalgam até Isengard, onde encontram Merry e Pippin salvos, se fartando com as provisões da fortaleza do inimigo. Pela última vez, Saruman procura seduzir o grupo com sua voz persuasiva, mas Gandalf anula o feitiço e ainda o expulsa da ordem dos Istari. Ao mesmo tempo, Gríma atira uma pedra de vidro contra Gandalf.

Pippin, muito curioso, comete o erro de espiar no cristal, que na verdade é um palantír, e é tomado temporariamente pela mente de Sauron. No entanto, ele não revela nada, mas descobre uma parte dos planos do Senhor do Escuro: seu primeiro ataque será contra Minas Tirith, capital de Gondor. Gandalf propõe que os outros partam imediatamente, enquanto ele e Pippin cavalgam para Minas Tirith.

A ação se volta para Frodo e Sam, que estão atravessando as colinas das Emyn Muil. Eles encontram Gollum espreitando, mas a criatura é tão digna de pena que Frodo demonstra misericórdia, apesar de Sam não confiar nele. Frodo insiste, pois conhece o peso do Anel. Gollum reage com gentileza ao respeito demonstrado por Frodo e passa a guiá-los para Mordor.

            A criatura sugere que sigam para o sul na cidade fantasma de Minas Ithil até a passagem de Cirith Ungol. Eles são capturados pelos homens de Gondor, liderados por Faramir. Depois da luta contra os homens de Harad, ele leva os hobbits para um refúgio, onde Sam inadvertidamente revela o objetivo da missão. Diferente de seu irmão Boromir, Faramir revela grande força de caráter e os liberta para que possam cumprir sua tarefa.

            Os hobbits reiniciam sua jornada para Mordor, com Gollum como seu guia, e decidem atravessar as montanhas através de Cirith Ungol, local considerado maldito e perigoso. Este caminho os leva até uma escada talhada em um paredão de rocha, que termina em um túnel. O plano de Gollum é guiá-los através desse túnel e lá dentro entregá-los a Laracna, uma aranha gigantesca.

Eles encontram o animal e tentam escapar. No meio da luta, Gollum surge e ataca Sam, enquanto Laracna captura Frodo. Sam derrota a aranha, mas se desespera ao pensar que Frodo está morto. Ele decide assumir o fardo do anel e completar a missão de seu mestre e quando orcs se aproximam, descobre que o amigo só está paralisado. Ele assiste o grupo levar Frodo embora e não consegue atravessar os portões.

Cristina Aguiar

Contos da Cristina Aguiar – Parte 01

 

Após a incrível entrevista com Cristina Aguiar sobre suas atividades como escritora e sua obra de ficção, temos o prazer de anunciar que a escritora cearense irá semanalmente escrever um conto sequencial em uma terra muito amada pelos que acessam esse site. Então aproveitem e curtam essa nova história:

 

Parte I – Estranhos na Cidade

 

Fazia tempo que a cidade não recebia tanta gente estranha. O portão, normalmente fechado para os que vinham de fora, estava misteriosamente aberto, recebendo visitantes de todas as regiões, como se aquela aglomeração inesperada fosse necessária. Isso, sem contar as conversinhas sussurradas em grupos, os olhares desconfiados e um clima de ansiedade crescente que combinava com o frio daquela estação.

O jovem Owen, esquecendo os próprios afazeres na oficina do velho ferreiro Aldair, passava horas na janela, observando o movimento de entrada e saída na porta da estalagem que ficava em frente, separada da oficina por uma rua estreita e movimentada. Ele analisava o rosto das pessoas estranhas que chegavam. Eram rostos duros, rudes e preocupados. Muitos pareciam cansados e desanimados. Uma pergunta atormentava o rapaz – O que estaria acontecendo além da fronteira e fora do portão? Afinal, os habitantes daquela cidade eram acomodados o suficiente para ficarem satisfeitos dentro de seus muros. Suas viagens raramente ultrapassavam o perímetro da colina onde a cidade estava cravada em meio a campos de plantação.

Naquele momento, chamando sua atenção, surgiu um grupo de anões. Eram cinco ao todo. Eles eram atarracados e barbudos, com roupas pesadas de viagem e puxavam uma carroça cheia de caixas e sacos. Apesar disso, não pareciam comerciantes, pois com aquelas carrancas dificilmente alguém se aproximaria deles. Owen, no entanto, chegou mais perto da janela, atentando para a carga que levavam. Um dos anões retirou uma das caixas e a carregou com firmeza, como se aquela em especial fosse mais valiosa que as outras. Era uma caixa comprida e achatada, cuja superfície de madeira escura parecia brilhar como se estivesse banhada em verniz. Ele não sabia o motivo, mas algo naquela caixa o atraía.

— Se o velho Aldair chegar e ver que você ainda não começou o trabalho de acender o fogo, você vai acabar ficando sem jantar novamente.

Ele assustou-se com a voz da irmã gêmea, Briana. Ela trazia na mão uma bacia com água tirada do poço, e já se encaminhava para a cozinha, a fim de iniciar o seu trabalho ali. No entanto, ela vira o mesmo que o irmão através da janela e, soltando a bacia, se aproximou para ver mais de perto. A curiosidade, como se via, era um atributo de ambos.

— De onde acha que eles são? – ela perguntou.

— De onde os anões poderiam ser? Do Leste, é claro! Daquelas minas escuras que geram tantas histórias assustadoras nas bocas dos viajantes.

Ambos mantinham-se grudados à janela, esquecidos de tudo o mais. Um vento forte e um movimento descuidado acabaram por retirar o pano que cobria parcialmente a estranha caixa, revelando um símbolo entalhado em alto relevo. Ao vê-lo, Owen levou instintivamente a mão em direção ao cordão que usava no pescoço. Briana, ao seu lado, teve a mesma reação, visto que ela também possuía um cordão. O símbolo na caixa mostrava um arco dourado sendo cruzado por uma flecha prateada. O mesmo arco dourado que havia no cordão de Owen; a mesma flecha prateada no cordão de Briana. Os gêmeos se entreolharam.

— Acho que aquilo pertencia ao nosso pai! – ele falou sem pensar.

— Não podemos ter certeza, Owen! Foi há muito tempo!

— Era o símbolo dele, Briana! Ele o criou, eu me lembro. Primeiro um desenho, depois ele forjou um colar para si e esses para nós. Ele disse, naquela ocasião, que aquele símbolo faria parte de nossa família, ligando-nos para além da distância. Ele falou antes de partir: “Esse símbolo está ligado ao meu nome e à minha casa. Quando o virem, saibam que serei eu falando com vocês, pois ele lhes abrirá as portas que um dia precisarão passar”.

Briana hesitou. Ela se lembrava de cada palavra dita pelo pai na noite em que partira. Palavras enigmáticas que ela não compreendera na época e nem compreendia agora. Na noite em que os abandonara por não suportar viver sem a presença da amada esposa, morta de forma repentina. Ninguém gostava de falar sobre aquilo, visto que o corpo da mãe nunca fora encontrado, certamente por ter sofrido uma morte violenta em algum ataque de lobos ou coisa pior. Ela detestava pensar em trolls e goblins atacando alguém como sua mãe, cuja beleza era comentada por todos. Myrna era o seu nome. Brayan, o pai, era um ferreiro habilidoso. Ele preferira partir para a guerra que acontecia no Norte e deixá-los ali. Ela perguntava a si mesma, todos os dias, o que o motivara a fazer aquilo. Seu pai, ela sabia, escondia muitos segredos. O velho Aldair aceitara o encargo de cuidar da oficina de seu pai e dar-lhes assistência, mas com o tempo ele passou a sentir que era o verdadeiro dono daquilo tudo. Agora, ela e o irmão viviam de favores na sua própria casa.

— Briana, nós temos que…

— Nós temos que voltar ao nosso trabalho! – ela disse enquanto enxugava uma lágrima dos olhos. – Não quero mais falar nisso.

 

Falar era fácil. Esquecer era difícil. O dia passou na sua normalidade, mas para Briana a imagem do símbolo ainda estava viva em sua mente, assim como as palavras do pai que nunca foram realmente esquecidas. Ela procurou evitar o irmão durante todo aquele dia, mas acabou indo ao seu quarto na hora de dormir. Precisavam conversar. Ao entrar, ela estacou surpresa ao ver a janela aberta e a cama vazia! Correndo até a janela, Briana viu o cabelo escuro do irmão refletido pela luz da lua. Ele estava próximo ao portão. Ela, num impulso, ergueu a saia e pulou.

— Owen! – ela sussurrou de forma que apenas ele ouvisse sua voz, apesar da rua estar quieta e deserta naquela hora. – O que pensa que está fazendo?

Ele parou no portão, olhando em volta, com medo de alguém ter ouvido a voz de Briana.

— Eu preciso ver o que tem naquela caixa! Se você não quiser vir, se não acredita, pode ficar. Mas eu vou.  Eu quero respostas, Briana! Respostas que eu aguardo desde que ele partiu.

Ela queria retrucar, mas não podia. Essas respostas eram destinadas a ela também. Respirando fundo, ela encarou a estalagem silenciosa cujas portas já estavam fechadas e as luzes apagadas. O único som vinha do vento agitando a placa quebrada do estabelecimento onde se podia ver a imagem de um pônei meio desbotado.

— Está bem, eu vou com você. O fato é que também preciso dessas respostas.

Owen sorriu satisfeito. Eles atravessaram a rua molhada e escura, parando diante da porta da estalagem.

— E agora? Nós batemos e perguntamos pela caixa?

Ele ignorou a ironia da irmã enquanto fixava a sua atenção na entrada que levava aos estábulos.

— Eu vi quando eles colocaram a caixa de volta na carroça e a levaram para o estábulo, juntamente com os pôneis.

— Ela pode não ser tão valiosa assim, já que foi mantida junto à bagagem normal. Anões não costumam largar seus tesouros por aí.

Owen suspirou e olhou para ela. Briana, quando ficava nervosa, tinha a tendência de irritá-lo.

— Ela pode ser valiosa para nós. Além disso, não estou atrás de tesouros. Agora, pare de resmungar e venha!

 

O pátio dos estábulos era bastante amplo. O luar iluminava parcialmente aquela noite, visto que muitas nuvens cobriam o céu. Uma hora havia muita luz, e no momento seguinte estavam envolvidos pela escuridão. Um latido se fez ouvir. Briana agarrou o braço do irmão, mas Owen estava tranqüilo. Ele havia levado comida para o cachorro do estalajadeiro. O animal recebeu o agrado e ignorou completamente a presença dos jovens intrusos. Eles atravessaram o pátio e chegaram aos estábulos.

— Como vamos saber em qual baia eles alojaram os pôneis? – Briana perguntou, aliviada por terem saído do pátio aberto.

— É fácil! Eles estarão junto com a carroça.

Ele tinha razão. Apenas três, das cinco baias, estavam ocupadas naquela noite. Os pôneis estavam na última delas. A carroça desatrelada descansava ao lado, coberta por uma pesada lona. Naquele momento, o luar ajudou, dando o ar de sua graça, derramando sua luz suave naquele lugar. Owen agarrou uma das pontas da lona.

— Me ajude a tirar isso!

Eles puxaram a lona revelando várias caixas e sacos, mas para sua surpresa, nenhuma deles era a caixa que procuravam! Eles ficaram olhando para a carroça, ofegantes, sem saber o que fazer.

— E então? Onde está ela? – Briana tentou esconder o pânico da própria voz.

— PROCURAM POR ISSO? – a voz às suas costas soou como um trovão.

Eles viraram-se e, com o susto, acabaram caindo sentados no chão, afastando-se até suas costas darem na carroça. O anão diante deles metia medo pelo seu aspecto feroz. Era forte, com uma barba longa e avermelhada, e os seus olhos brilhavam no escuro. A voz grave e potente os paralisara de medo. Embaixo do braço, ele trazia a caixa que procuravam. Atrás dele, o resto do grupo observava em silêncio. Todos eles tinham barbas longas e trançadas, e guardavam a mesma expressão feroz, e uma posição de alerta. Alguns tinham machados nas mãos. Com um passo firme para frente, o que estava com a caixa se inclinou e olhou com atenção para os dois colares. Ao se erguer novamente, trazia no rosto uma expressão enigmática.

— O que vai fazer com eles, Zârad? – perguntou um dos anões cujo machado pulava de uma mão para outra, ansioso por uma boa briga.

Ele coçou a barba vermelha.

— Sumam daqui, seus ratos! Ninguém mexe em bagagem de anões, senão os próprios anões!

Os olhares de Owen e Zârad se encontraram por apenas um momento. Momento suficiente para o rapaz saber que havia no olhar do anão algum tipo de reconhecimento. Ele agarrou a mão de Briana, que parecia paralisada, e a puxou para fora. Mas algo lhe dizia que aquele não seria o seu único encontro com Zârad. E nem a última vez que via aquela caixa.